Depois de prestar depoimento à Polícia Federal na última sexta-feira (4), o ex-presidente Lula fez dois pronunciamentos públicos. O primeiro foi aos jornalistas, de tarde. O segundo foi para os militantes, no sindicato dos bancários, à noite. Apesar dos momentos e locais distintos, o discurso foi semelhante.
Lula falou sobre as perguntas que lhe foram feitas pela Polícia Federal, na delegacia, localizada no aeroporto de Congonhas e criticou o direcionamento dado às investigações.
"Vocês não imaginam as perguntas sobre medida provisória. Um delegado de polícia que quer saber o que aconteceu com a medida provisória nao tem que perguntar pro presidente. Ele tem que ir no Congresso Nacional e perguntar pra todos os deputados e senadores que votaram favorável. Tem que perguntar pra todos os relatores das comissoes e não pro Lula, pra Dilma, o presidente é o ultimo que sabe", disse.
Acervo
Comentando sobre o acervo que levou consigo, quando saiu da presidência, Lula tentou se justificar, chamando tais objetos de "tranqueiras" e afirmou que foi "o presidente brasileiro que mais ganhou presentes".
"Você tem que responder pelo acervo, eles agora querem saber do acervo do Lula. Poderia ter querido saber do acervo antes de me comprometer nessas tranqueiras todas. Você sabe o que é alguem sair da presidencia com 11 contêineres de acervo sem ter onde pôr? Você sabe o que é sair com cadeira, com trono, com papel, com tudo o que vocês possam imaginar. Porque, se somar todos os presidentes da história desse pais, desde Floriano Peixoto, eu fui o que mais ganhei presente. Porque viajei mais, porque trabalhei mais, porque viajei o mundo, tenho ate trono da África. O que eu faço com isso?", questionou.
"É uma coisa do presidente mas de dominio publico, tenho que tomar conta mas ninguém me paga. entao é o seguinte: essas coisas que o Ministério Público está preocupado, acho que é importante vocês irem e oferecerem o meu acervo. Eles têm um predio lá, redondo, de vidro fumê, que pode guardar as coisas que eu tenho", disse.
Ainda durante o depoimento na sede do sindicato dos bancários, Lula reafirmou ser "um uma pessoa honesta" e ainda desafiou que encontrassem provas que indicassem desvios de verbas que sejam de sua responsabilidade.
"Então eu sinceramente fiquei indignado com esse processo de suspensão. Quero dizer, Rui Falcão, para você, como presidente do meu partido, se a Polícia Federal, o Ministério Público ou quem quer que seja encontrar um real de desvio na minha conduta, eu nao mereço ser desse partido. Não mereço", afirmou.
Contexto
Na manhã da última sex-feira, o ex-presidente Lula foi alvo de um mandado de condução coercitiva - que representa uma nova fase da Operação Lava Jato - cumprido pela Polícia Federal em sua casa, em São Bernardo do Campo (SP). Outras propriedades que estariam ligadas ao ex-presidente também foram investigadas, em outras cidades de São Paulo - como no caso do sítio em Atibaia - no Rio de Janeiro e na Bahia.
As notícias sobre esta nova fase da Lava Jato também movimentaram, não somente as manchetes, mas também as mídias sociais, com comentários de internautas e até mesmo líderes cristãos sobre os fatos. Outros optaram por opiniões mais equilibradas, expressando suas expectativas de que a justiça seja feita acima de tudo e que as investigações sejam conduzidas com seriedade e na busca da verdade.
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