Evento sobre a Amazônia no Vaticano é ideológico e político, diz pastor

O Sínodo da Amazônia começou neste domingo (6) e irá reunir bispos da Igreja Católica por três semanas.

Fonte: Guiame, com informações da Folha de S. PauloAtualizado: segunda-feira, 7 de outubro de 2019 às 16:30
Papa Francisco participa do Sínodo dos Bispos da Amazônia no Vaticano. (Foto: Vatican Media/­Handout via Reuters)
Papa Francisco participa do Sínodo dos Bispos da Amazônia no Vaticano. (Foto: Vatican Media/­Handout via Reuters)

A Igreja Católica iniciou neste domingo (6) o Sínodo da Amazônia para discutir temas ligados à proteção de povos indígenas, meio ambiente e evangelização. Cerca de 184 bispos, além de líderes comunitários e especialistas, estarão reunidos no Vaticano com o Papa Francisco até 27 de outubro.

De acordo com Cesar Augusto, fundador da Igreja Fonte da Vida, o presidente Jair Bolsonaro tem razão ao dizer que a Igreja Católica prepara um ato político com o Sínodo da Amazônia.  

“A hora é inoportuna. Sei que esse sínodo foi marcado em 2017, mas tratar de um assunto que interfere diretamente em questões internas do Brasil neste momento não está certo”, disse o apóstolo ao jornal Folha de S. Paulo.

“A maneira como se organiza e os temas de debate visam trazer ingerência externa contra a soberania nacional. A Amazônia é do Brasil. Cabe ao governo brasileiro e ao povo brasileiro cuidar da biodiversidade e do ecossistema. E também da possibilidade de explorar as riquezas a bem do país”, acrescentou.

Segundo Cesar Augusto, o Vaticano tem interesse na internacionalização da Amazônia. “O Vaticano é um Estado, possui banco, governo, embaixadores, e tem uma forte influência na forma como tem sido conduzida a exploração indevida daquela região”, afirma.


Apóstolo Cesar Augusto, fundador da igreja Fonte da Vida, crítica sínodo da Igreja Católica sobre a Amazônia. (Foto: Zanone Fraissat/Folhapress)

“É um Estado soberano que representa interesses de outras nações, e nós precisamos nos questionar: por que uma concentração tão grande de interesse numa região tão rica enquanto no sertão nordestino, pobre e desalentado, nunca fizeram nem uma conferência?”, questiona. “Uma coisa é levar o Evangelho, cuidar dos pobres e dos frágeis. Outra é defender uma ideologia e uma política estranha à soberania da nação que os acolhe”.

Para o líder evangélico, o desmatamento da Amazônia sempre foi um problema, desde o descobrimento do Brasil até o presente momento. 

“De 1990 a 2003 as taxas eram alarmantes, o que se repetiu de 2012 a 2013. Hoje temos enfrentado um grande desafio das queimadas em parte por conta de diversos fatores, entre eles a ocupação desordenada que tem causas históricas. Acredito que, na medida em que houver uma proposta de desenvolvimento sustentável para região, haverá uma melhora nesse problema”, opina.

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