O passado de Betão tornou-se inspiração para quem se encontra na dependência química. Depois de se tornar traficante e presidiário, ele foi transformado pelo amor de Deus e tem levado a mensagem do Evangelho na Cracolândia através do Projeto da Pedra Para a Rocha, da Igreja Bola de Neve.
Betão começou a usar drogas aos 13 anos e passou a traficar entorpecentes aos 17. Aos 25 anos, ele já era responsável por abastecer a cidade de São Paulo, coordenando mais de 40 funcionários.
“Eu era preso várias vezes e apanhava de polícia toda hora”, disse ele em entrevista ao Pânico na Jovem Pan nesta terça-feira (12).
Quando sua esposa, Claudinha, engravidou do primeiro filho do casal, ela foi embora para proteger a criança das influências do crime. “Ficamos separados seis anos, mas ainda tínhamos um vínculo por causa do nosso filho”, conta Betão.
Ele foi preso aos 32 anos e Claudinha resolveu apoiá-lo. “Você me abandonou lá fora, mas eu não vou te abandonar aqui dentro”, disse ela na época, quando os dois reataram.
O Evangelho entrou na vida da família através do filho do casal, que aceitou Jesus Cristo aos 5 anos em um culto, na companhia da avó. Em seguida, Claudinha também se converteu ao cristianismo.
Dentro do presídio, no entanto, Betão passou a usar ainda mais drogas. O ápice foi quando Claudinha e o filho foram visitá-lo, mas ele os deixou esperando por 1 hora porque estava consumindo entorpecentes.
“Comecei a discutir com minha esposa e meu filho, com seis anos, pulou na minha frente e disse: ‘Pai, sabe tudo o que passamos para te ver? Sabe que horas minha mãe foi dormir para trazer essa comida para você?’ Nessa hora, ela pegou a mão do meu filho e saiu. O que me deixou mais chocado foi o olhar de decepção dele para mim”, Betão lembra.
Mudança
Refletindo sobre sua vida na quadra do presídio, Betão começou a pedir uma mudança a Deus e se lembrou de uma Bíblia que havia ganhado. “Abri a Bíblia e comecei a falar com Deus”, disse ele, que abriu um jejum inspirado por uma passagem do Evangelho. “Aquela palavra veio de encontro ao meu coração e comecei a ver as mudanças”.
Betão foi sentenciado a 10 anos de prisão, mas se deparou com a liberdade após cumprir 2 anos e 5 meses de pena. “Eu entrei uma pessoa e saí outra”, ele observa. Ele passou a frequentar uma igreja e foi convidado por um ex-companheiro da criminalidade a evangelizar na Cracolândia.
“A Palavra diz que onde abundou o pecado, superabundou a graça de Deus. Então tudo o que eu fazia para as trevas, hoje eu quero fazer para Jesus. Quando eu olho para a cruz e vejo que Ele fez por amor a nós, eu reconheço que eu não merecia nada e Ele teve misericórdia de mim. Então eu procuro fazer algo em resposta ao sacrifício Dele”, disse Betão.
O Projeto da Pedra Para a Rocha é liderado pelo pastor Rica, que também mudou de vida radicalmente. “Já vi 2 mil pessoas por final de semana na Cracolândia. Aquele lugar é o inferno”, disse ele ao Pânico.
Ao lado de Rica, outros ex-usuários de drogas também fazem parte do ministério. Ricardo Araújo, um deles, passou mais de 4 anos na Cracolândia. “Fui morar na Cracolândia em 2011 e me tornei um mendigo”, lembrou.
Confira a entrevista completa:
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