Um vídeo de crianças fazendo gestos de decapitação e gritando ameaças a guardas e jornalistas na Síria, gerou espanto e preocupação em todo o mundo, na última semana.
O momento foi captado pela equipe de TV da Sky News, que gravava uma matéria sobre um campo de detenção onde mulheres e filhos de combatente do Estado Islâmico (EI) estão detidos.
Enquanto a correspondente Alex Crawford mostrava o local, crianças, de cerca de 6 anos, se aproximaram e fizeram sinal de decapitação para a câmera e para os guardas que fazem a segurança do campo. Além disso, os filhos dos terroristas gritaram ameaças e insultos.
Os campos de al Hol e Roj abrigam mais de 55.000 presos, principalmente famílias de terroristas do EI.
Segundo a Sky News, a maioria das crianças, que passaram a vida toda em detenção, exibem tendências violentas e imitam o comportamento extremistas dos seus pais.
Apenas no campo de al Hol, há cerca de 22.000 crianças, representando mais de 60% de sua população. Muitas delas não tiveram infâncias normais, foram expostas a ideologias radicais e enfrentaram condições de vida precárias.
Especialistas afirmam que existe o risco dessas crianças se radicalizarem ao Estado Islâmico e continuarem o ciclo de violência dos pais, caso não recebam reabilitação ou apoio psicológico.
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Há risco do Estado Islâmico voltar
De acordo com os comandantes das Forças Democráticas da Síria, os campos de detenção se tornaram criadouros para os futuros terroristas. Enquanto o Estado Islâmico continua aproveitando a crise na Síria, após a derrubada de Bashar al Assad no ano passado.
Os militares estão lidando com incidentes violentos, cada vez mais frequentes, nos campos, incluindo esfaqueamentos, bombardeios, tentativas de contrabando e fugas.
Os guardas tem confiscado armas e explosivos improvisados nas tendas dos detentos, incluindo mulheres de terroristas, que declaram total apoio ao EI, dizendo: “O ISIS está voltando" e "Nós amamos o Estado Islâmico".
Segundo o comandante Kane Ahmed, que supervisiona o campo de al Hol, células ligadas ao grupo terrorista estavam contrabandeando armas para os detentos do campo.
Mesmo com os reforços na segurança 24 horas, Ahmed relatou que a segurança ainda é insuficiente e alertou que a comunidade internacional precisa intervir para evitar que o Estado Islâmico recupera a força na Síria.
Na semana passada, autoridades da União Europeia (UE) realizaram uma reunião para tratar da crise nos campos. Porém, há falta de consenso em como lidar com a situação.
Alguns detentos nos campos, ligados ao EI, são cidadãos europeus, porém muitos países da UE estão relutantes em receber eles de volta por questões de segurança.
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