Sayragul Sauytbay nasceu na China, em 1976. Ela se formou na faculdade e trabalhou na área de Educação, como diretora de jardim da infância. Em 2016, ela e sua família foram para o Cazaquistão.
Eles tinham intenção de voltar para a China, mas os documentos da família foram confiscados por autoridades chinesas. O marido e os dois filhos foram forçados a ficar no Cazaquistão e Sayragul foi enviada para trabalhar para o governo.
Por ser bilíngue, ela foi obrigada a trabalhar num campo de concentração em Xinjiang, para ensinar chinês aos prisioneiros. E foi lá que ela testemunhou trágicas cenas. “Por esse motivo, sei que agora minha vida está em risco”, ela disse.
‘China teme que o mundo conheça a verdade’
“Eles estão preocupados que eu exponha a realidade dos campos de concentração e também com o motivo da minha família ter cidadania cazaque. Eles tinham planos de me manter nos campos de concentração por 3 anos e depois iriam me matar”, revelou através do vídeo.
“Mas eu queria ver meus filhos, independente do que fosse acontecer”, disse ao descrever como fugiu e cruzou a fronteira ilegalmente, em 5 de maio de 2018, e conseguiu reencontrar a família.
Infelizmente, o Cazaquistão considerou sua chegada pela fronteira um crime e ela foi presa pelo departamento de segurança do país. Em agosto de 2018, Sayragul foi condenada à prisão condicional por 8 meses.
Em março de 2019 ela ficou livre, mas não conseguiu asilo de refugiada: “Eles querem me mandar de volta à China, mas se eu for deportada, sei que morrerei”.
A chinesa recorreu às organizações internacionais de direitos humanos e à Agência de Proteção às Mulheres e Crianças.
‘Presos como animais’
O relato de Sayragul Sauytbay, conforme a Revista Oeste, denuncia o maior extermínio deliberado de um único grupo étnico desde o Terceiro Reich, no noroeste da China, onde há uma rede de mais de 1.200 campos de concentração.
“Ela teve acesso a informações secretas que revelavam os planos a longo prazo de Pequim para minar não só as suas minorias, mas também as democracias em todo o mundo”, explicou a jornalista Adriana Reid.
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“Após a sua fuga para a Europa, ela se reuniu com a família, mas ainda vive sob constante ameaça de represálias. Este raro testemunho do maior estado de vigilância do mundo revela não só a dimensão total e assustadora das ambições tirânicas da China, mas também a resiliência e a coragem da autora”, resumiu.
Ao concluir, a jornalista destacou que existe uma estimativa de que cerca de 3 milhões de pessoas se encontrem detidas atualmente: “São homens, mulheres, crianças e idosos presos como animais, sofrendo lavagem cerebral, sendo humilhados diariamente e torturados de maneiras indescritíveis. Eles jamais cometeram um crime, e nunca foram julgados”.
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