Garotas cristãs sequestradas pelo Boko Haram sofrem com estupros e doenças venéreas

Uma garota que conseguiu fugir do cativeiro relatou que algumas das 200 meninas sequestradas em 2014 já foram mortas e outras foram forçadas a se casar com os terroristas.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quarta-feira, 14 de outubro de 2015 às 14:32
Familiares e amigos participam de manifestação, clamando pelo resgate das meninas sequestradas pelo Boko Haram em 2014, segurando placas como esta, que diz "Não sem nossas filhas"e com o lema "Tragam nossas garotas de volta" (Foto: Reuters)
Familiares e amigos participam de manifestação, clamando pelo resgate das meninas sequestradas pelo Boko Haram em 2014, segurando placas como esta, que diz "Não sem nossas filhas"e com o lema "Tragam nossas garotas de volta" (Foto: Reuters)

Uma garota Chibok que conseguiu escapar dos domínios do grupo terrorista nigeriano Boko Haram revelou que muitas das 200 estudantes cristãs sequestradas em abril de 2014 ainda estão vivas. Mas as meninas sofreram muito sob o controle dos jihadistas, com um grande número de casos de estupros e transmissão de doenças. Além disso, aquelas que se recusaram a se converter ao Islã foram mortas.

O site 'Saturday Vanguard' informou que uma das meninas seqüestradas que foi mantida no acampamento da floresta de Sambisa conseguiu escapar do cativeiro e foi resgatada por pastores da etnia Fulani. Ela revelou que muitas das meninas foram realocadas para a região do Lago Chade, na sequência de operações militares realizadas ​na floresta de Sambisa, pelo governo da Nigéria.

"Todos nós fomos forçadas a nos tornar muçulmanas, mas fomos mantidas em acampamentos distantes uns dos outros", disse a garota.

A fugitiva revelou que muitas das meninas foram forçadas a se casar com os terroristas, que as infectaram com diferentes tipos de doenças. Além de ter engravidado, a garota também acabou contraindo um tipo de infecção conhecida como VVF (fístula vesicovaginal) de um dos militantes.

Ela acrescentou que quase todas as meninas têm sido forçadas a se casar com militantes do Boko Haram, e muitas já estão dando à luz os bebês.

A garota também afirmou que acredita que os militantes islâmicos foram seriamente enfraquecidos, devido à atual campanha militar em curso contra eles, e estão se mudando para locais no entorno de acampamento, implantando minas e outros engenhos explosivos.

O Boko Haram tem promovido uma guerra contra o governo desde 2009, procurando expulsar todos os cristãos do país e matando qualquer pessoa - inclusive muçulmanos - que se interponha em seu caminho. O grupo já destruiu aldeias inteiras, cometendo assassinatos em massa, e expandindo seus ataques a países vizinhos, como o Chade e Camarões.

O presidente Muhammadu Buhari prometeu livrar o país do grupo jihadista, embora os militantes islâmicos continuem a realizar atentados. Pelo menos sete pessoas foram mortas na cidade de Maiduguri (nordeste do país), no mais recente ataque, ocorrido na última terça-feira (13), após a explosão de uma bomba tripla em um subúrbio densamente povoado.


Combate ao terrorismo
O Exército da Nigéria afirmou que as ações do Boko Haram estão revelando cada vez mais o desespero do grupo, informou a Associated Press.

"O laço está apertando em torno dos terroristas", disse um porta-voz da Defesa da Nigéria no início desta semana. "Vamos continuar o ímpeto até que os terroristas estejam extintos da Nigéria".

Grupos de monitoramento de direitos humanos como a Anistia Internacional disseram que cerca de 20 mil pessoas morreram durante os seis anos insurgência do grupo terrorista.

O caso das meninas Chibok tem especialmente cativado a atenção do mundo e sua situação ganhou as manchetes dos jornais em todo o mundo no ano de 2014.

Em agosto (2015), o Rev. Samuel Dali, da Igreja dos Irmãos na Nigéria, que disse que ele é o pastor de muitas das meninas Chibok, revelou que mais de 8.000 membros das congregações ele supervisiona foram mortos pelo Boko Haram.

"70% das nossas igrejas foram destruídas pelo Boko Haram nos estados de Adamawa, Yobe e Borno. Mais de 8 mil de nossos membros foram mortos e 176 das meninas sequestradas em Chibok fazem parte das nossas igrejas", revelou Dali.

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