Grécia se torna 1º país cristão ortodoxo a legalizar casamento gay

Entre os 300 deputados gregos, 176 votaram a favor da medida, 76 votaram contra e 2 se abstiveram.

Fonte: Guiame, com informações do Globo e EuronewsAtualizado: sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024 às 12:49
Parlamento grego aprova casamento gay. (Captura de tela/YouTube/Euronews)
Parlamento grego aprova casamento gay. (Captura de tela/YouTube/Euronews)

Apesar da oposição da influente Igreja Ortodoxa Grega, o parlamento grego aprovou nesta quinta-feira (15) a legalização do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.

Com essa aprovação, o país se torna o 37º do mundo e o 17º da União Europeia a permitir a união homoafetiva. Além disso, é o primeiro país de fé cristã ortodoxa a tomar essa medida.

As pesquisas revelaram que a maioria dos gregos apoiava o projeto de lei proposto pelo governo de centro-direita e endossado por quatro partidos de esquerda, incluindo o Syriza.

Entre os 300 deputados gregos, 176 votaram a favor da medida, 76 votaram contra e 2 se abstiveram. Os outros 46 deputados não compareceram à votação.

O projeto precisava de maioria simples para ser aprovado no Parlamento.

País conservador

Considerado um país dos mais conservadores da Europa, a Grécia adota o modelo familiar tradicional e é fortemente influenciada pela Igreja Ortodoxa, que desaprova a homossexualidade.

Cristãos ortodoxos protestam contra a legalização do casamento gay na Grécia. (Captura de tela/YouTube/Euronews)

O Santo Sínodo, a autoridade máxima da Igreja Ortodoxa grega, expressou em uma carta aos parlamentares neste mês que o projeto de lei "coloca um fim à paternidade e à maternidade, neutraliza os sexos" e gera um "ambiente de confusão" para as crianças.

Os clérigos transmitiram esse sentimento em sermões por todo o país nas últimas semanas, e alguns bispos afirmaram que se recusariam a batizar os filhos de casais do mesmo sexo.

Apoio do Governo

A medida também recebeu o apoio do primeiro-ministro grego.

"Hoje é um dia de alegria porque, a partir de amanhã, mais uma barreira entre nós será removida para criar uma ponte de coexistência num Estado livre com cidadãos livres", declarou Kyriakos Mitsotakis.

O projeto de lei concede o direito de adoção, mas proíbe casais homossexuais de utilizar barrigas de aluguer para terem filhos.

A questão gerou divisões entre os gregos, com a Igreja Ortodoxa desempenhando um papel proeminente nas manifestações contra o projeto de lei.

Opositores e defensores do projeto convocaram mobilizações separadas diante do parlamento grego.

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