Homem conta como Deus o curou do TOC: "A ansiedade perdeu seu poder"

Will Vining passou toda a adolescência sofrendo com compulsões que o escravizaram durante 10 anos.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: terça-feira, 16 de abril de 2019 às 13:09
Will Vining com seus filhos. (Foto: Reprodução/Facebook)
Will Vining com seus filhos. (Foto: Reprodução/Facebook)

Nascido em lar cristão, Will Vining tinha 11 anos quando começou a se ver preso em um ciclo de compulsão. Ele ia até à porta, saia para fora da porta, repitia. Um ritual que após começar durou anos e ainda trouxe outras práticas compulsivas. Ele conta que sua obsessão pairava principalmente em torno de duas coisas, família e fé.

Will conta que tudo mudou quando essa desordem encontrou Jesus. “Foi chamada para prestar contas e esmagada por sua cura. Eu tinha 20 anos e clamei a Deus uma noite no chão de um restaurante indiano em Stillwater, Oklahoma. Se eu fosse usar a frase clichê, que eu não gosto, eu diria: eu fui a Jesus”, testemunha.

“Pela primeira vez na minha vida, percebi que Deus está no controle e que Deus é soberano. Não era que ele não deixasse coisas ruins acontecerem, é que se coisas ruins acontecem, e mesmo assim ele ainda é soberano”, diz.

Will conta que muitos não entendem o transtorno obsessivo-compulsivo (Transtorno Obsessivo por Compulsão). Que chega a ser tratado em tom de brincadeira quando as pessoas dizem: “Eu tenho que manter minha mesa limpa, acho que tenho TOC”.

Mas TOC é uma doença mental, é um transtorno de ansiedade que geralmente se desenvolve durante a adolescência. Pouco se sabe sobre o distúrbio e estima-se que 1% da população sofra com isso.

“A maneira como a doença funciona é que ela corre a sua mente em um loop sobre uma certa ansiedade, que se torna uma obsessão”, diz Will.

Ele conta que costumava ficar obcecado com o medo de machucar seus familiares. seus pensamentos da manhã o atormentavam com a ideia de destino infeliz seus pais ou irmãs. “Ao contrário da ansiedade normal, uma obsessão é um loop em que seu cérebro está preso, semelhante a um disco quebrado, é muito difícil seguir em frente”, conta.

“É aí que entra a compulsão”, diz. As compulsões atuam como um respiradouro para o cérebro, deixam escapar a pressão que a obsessão está causando. A natureza cruel do TOC é que, embora as compulsões sejam um alívio temporário da obsessão, elas fortalecem a desordem.

Início

“Minhas compulsões vieram de várias formas, a primeira que eu lembro é de ligar e desligar uma luz várias vezes. Eu costumava passar minutos ligando e desligando a luz do meu quarto. No entanto, essa não era a minha única compulsão, eu voltava para dentro e para fora das portas, contava até dez vezes repetitivas, piscava obsessivamente e até orava a mesma coisa repetidas vezes”, lembra.

Will conta que é difícil explicar porque fazia aquilo. “Tente pensar em algo que o deixa ansioso, no adolescente que está começando a dirigir ou em um membro da família que está fazendo uma cirurgia. Alguém com TOC tem ansiedade neles quase constantemente. O cérebro não deixa a ansiedade ir embora, isso se repete. Isso leva a pessoa a agir sobre a ansiedade, eles vão pensar ‘Se eu não fizer XYZ, algo de ruim vai acontecer”, relata.

Will diz entender que as pessoas avaliam tudo isso como algo “bobo”. “Mas alguém com TOC não está sob a ilusão de que algo realmente acontecerá. No entanto, o ‘e se’ é rei em nossas mentes. É como uma coceira que deve ser arranhada, e se você a coçar, isso só piorará”, compara.

“É por isso que se chama Desordem de Compulsão por Obsessão. A pessoa tem uma obsessão e uma compulsão é feita para aliviar a obsessão, como uma abertura para uma chaleira”, exemplifica.

Agora, acredita-se que aqueles que têm TOC nunca se recuperem completamente, porque se enquadra em uma categoria de doença mental, mas no caso de Will ele diz que experimentou um “verdadeiro milagre”.

Igreja e Família

Will conta que sua relação com os pais era boa. “Meus pais eram ótimos, embora soubessem pouco sobre minha dor porque eu a escondia tão bem. Além disso, pouco se sabia no final dos anos noventa sobre esse distúrbio e havia pouca ou nenhuma educação sobre o assunto”, lembra.

O rapaz conta que quando era pego em um dos seus rituais de compulsão, descartava isso rapidamente. “Do lado de fora, eu era um garoto normal, mas na minha cabeça, uma batalha se desenrolava”, conta.

Ele diz que para piorar as coisas, há um combustível para o TOC que é a dúvida. “Agora, imagine crescer em uma casa cristã onde ouvi fogo e enxofre pregando do púlpito”, diz.

Will lembra que certas perguntas feitas pelos pregadores o deixavam preocupados: “Você está realmente seguro com Jesus?” ou “Como você realmente sabe que vai para o céu?”

“Aquilo era um coquetel de tortura para mim. Porque minha mente já estava ligada à obsessão, foi uma transição fácil para mim duvidar da minha salvação”, conta.

Por causa disso, Will lembra que todos os dias ele orava a “oração do pecador” em torno de cinquenta a cem vezes. “Eu sei que parece loucura, eu sabia que algo estava errado, mas eu não sabia como lidar com aquilo”, diz.

Milagre

Mas a angústia e a vida estressante de rituais terminou para Will. Seu encontro com Jesus no chão de um lugar público colocou fim ao seu sofrimento e ele experimentou um grande milagre.

“Logo depois que conheci Jesus, a ansiedade perdeu seu poder. Isso não quer dizer que eu não luto com a ansiedade porque eu faço. O que posso dizer é que não sou obcecado e não tenho compulsões. Para alguém que passou uma década vivendo sob o peso desse distúrbio, é um milagre”, diz.

“Você entende o peso tirado de minhas costas, que deixei de fazer cinquenta orações de um pecador por dia para zero?”, pergunta.

“Uma coisa que eu quero ter cuidado é dizer que isso vai acontecer com todos com uma desordem ou luta. Muitas vezes, descobrimos que não somos curados de nossos fardos. Mas estou aqui para dizer que Deus é bom. Infelizmente, coisas ruins acontecem, e esse medo surge, mas eu estou livre da obsessão e da compulsão pela graça de Deus”, afirma.

Will diz ainda que sua dúvida sobre sua salvação terminou. “Quando entendi que era conhecido por ele, a dúvida cessou, não havia espaço para isso. Há poder no sangue do cordeiro”, diz.

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