Um grupo de evangélicos montou um ponto de apoio para evitar suicídios na Ponte Estaiada João Isidoro França, em Teresina. Sua estrutura, que tornou-se um ponto turístico da capital piauiense, virou um ponto para muitos que querem dar fim às suas vidas.
Através do Projeto 'Alcançar', membros da Igreja Evangélica Assembleia de Deus e Igreja Cristã Evangélica montaram um ponto de apoio emocional na ponte para impedir que o índice de suicídios continue crescendo.
De acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, entre janeiro e maio de 2019, aconteceram 23 suicídios em Teresina.
Segundo o idealizador do projeto, pastor Miquéias Oliveira, a iniciativa foi impulsionada pela cobrança de soluções aos recentes casos. “Me cobram muito a evangelização por parte das próprias lideranças e nessa época começou, há uns três meses, o aumento desses casos de suicídio nas pontes”, disse ele ao site GP1.
O pastor Miquéias se inspirou na ação de evangélicos na cidade de Natal, que iniciou um plantão na Ponte Newton Navarro em abril, evitando 84 suicídios em menos de um mês.
“Tinha visto o mesmo trabalho na cidade de Natal, que faz um plantão de 24 horas”, comentou. “A gente poderia estar lá de madrugada, mas a gente trabalha com jovens. Nem todo pai vai deixar o seu filho em uma ponte de madrugada”.
Os voluntários realizam plantão nas áreas destinadas aos pedestres nos 363 metros de extensão da ponte, das 9 horas da manhã até às 21 horas.
A ação é evangelística, mas pessoas identificadas com pensamentos suicidas também são encaminhadas ao atendimento hospitalar. De acordo com o pastor Miquéias, o trabalho conjunto entre fé e medicina pode ter um resultado mais efetivo.
“Eu sou teólogo. A Bíblia vai nos falar que existe o mal do século e esse mal do século a gente entende justamente como depressão. Mas sabemos que isso pode ser tratado de forma médica, com psicólogos, e sempre encaminhamos quando temos conhecimento de casos assim. A gente sempre orienta, não tiramos a parte espiritual e nem a parte médica. Eu acho que os dois juntos podem trabalhar e fazer um serviço melhor”, concluiu.
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