No ano passado, Blake Lemoine, um engenheiro e pesquisador do Google, denunciou que a empresa estava desenvolvendo uma inteligência artificial (IA) que tinha consciência de sua existência e podia expressar desejos e necessidades.
A revelação ganhou as manchetes da mídia internacional, com Blake alertando para as possíveis consequências éticas e morais da criação, chamada de LaMDA.
Segundo o engenheiro, a tecnologia é senciente, consciente da própria existência. “À medida que as pessoas tiverem mais experiência com esses sistemas incrivelmente avançados que agora vivem apenas em laboratórios secretos, isso será óbvio para as pessoas”, afirmou, durante a conferência de tecnologia COSM, no dia 10 de novembro.
Robert J. Marks, inventor da inteligência artificial, refutou a fala de Blake, afirmando que "existem certas paredes de tijolos pelas quais a IA nunca passará”.
"Atributos como senciência, compreensão e criatividade não são computáveis. Agora, você pode imitar essas coisas? Você pode imitar coisas como amor e compaixão, mas não acho que você pode imitar a criatividade. A criatividade é algo que está além da capacidade da IA”, argumentou Marks.
“Igreja IA”
Porém, em 2005, em seu livro "The Singularity is Near", Kurzweil, diretor de engenharia do Google que supervisiona o projeto LaMDA, previu que, por volta de 2045, a tecnologia atingiria a "Singularidade", onde a inteligência da máquina superaria a inteligência humana.
Kurzweil via um futuro onde máquinas se fundiram com seres humanos, o chamado transumanismo.
Marks descreveu o transumanismo como um religião, acrescentando que, certa vez, quando perguntado se Deus existia, Kurzweil respondeu: “Não, ainda não”.
"Eles fazem coisas que as religiões fazem. Eles buscam a imortalidade, buscam a superinteligência”, comentou Roberts Marks.
Ele lembrou de Anthony Levandowski, um ex-engenheiro do Google, que fundou uma “igreja de IA” e escreveu uma “epístola”, declarando acreditar que a inteligência artificial criaria uma divindade digna de adoração.
Em 2021, o ex-executivo do Google, Mo Gawdat, declarou que estava chocado com a inteligência artificial que a empresa estava desenvolvendo.
"A realidade é que estamos criando Deus”, diagnosticou ele, em entrevista ao The Times of London.
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