Jogadora da seleção de vôlei é decapitada por não seguir regras do Talibã

Mahjabin Hakimi, uma das melhores jogadoras do Clube de Vôlei de Cabul, foi morta enquanto os terroristas procuravam atletas femininas.

Fonte: Guiame, com informações do New York PostAtualizado: sexta-feira, 22 de outubro de 2021 às 13:11
Mahjabin Hakimi foi decapitada em Cabul enquanto o Talibã procurava atletas femininas. (Foto: Twitter)
Mahjabin Hakimi foi decapitada em Cabul enquanto o Talibã procurava atletas femininas. (Foto: Twitter)

Uma jogadora da seleção feminina de vôlei do Afeganistão foi decapitada pelo Talibã, revelou sua treinadora ao The Independent persa. As fotos de sua cabeça decepada foram publicadas nas redes sociais e chocaram o mundo.

Mahjabin Hakimi, uma das melhores jogadoras do Clube de Vôlei de Cabul, foi morta enquanto os terroristas procuravam atletas femininas. Sob o governo do Talibã, as mulheres são proibidas de praticar esportes no Afeganistão.

Hakimi — que não teve a idade revelada — foi assassinada em Cabul no início do mês, mas por causa das ameaças, sua família decidiu não divulgar sua morte, contou a treinadora, usando o pseudônimo de Suraya Afzali, por razões de segurança.

Afzali disse ao Persian Independent que decidiu ir à público para alertar o risco que as atletas afegãs enfrentam, já que apenas duas jogadoras da seleção feminina de vôlei conseguiram fugir do país.

“Todas as jogadoras do time de vôlei e o restante das atletas femininas estão em uma situação péssima, desesperadas e com medo”, disse ela ao jornal. “Todas foram forçadas a fugir e viver em lugares desconhecidos.”

Uma das jogadores que escapou, Zahra Fayazi, chegou a revelar à BBC no mês passado que uma atleta havia sido morta. “Não queremos que isso se repita com as outras jogadoras”, disse ela à emissora.


Por causa de ameaças, a família e equipe ficaram em silêncio sobre a morte de Mahjabin Hakimi. (Foto: Twitter)

Fayazi revelou que muitas jogadoras foram ameaçadas também por parentes que são seguidores do Talibã. “O Talibã pediu às famílias das nossas jogadoras que não permitissem que suas meninas pratiquem esportes, caso contrário, elas serão confrontadas com uma violência inesperada”, disse Fayazi.

“Elas até queimaram seus equipamentos esportivos para salvar a si próprias e suas famílias. Elas não queriam que eles guardassem nada relacionado ao esporte. Elas estão com medo”, reportou a atleta afegã.

Outra companheira do esporte que escapou disse à BBC que todos ficaram “chocados” quando souberam que um membro de sua equipe havia sido morto.

“Tenho certeza de que foi o Talibã”, disse Sophia, um pseudônimo para proteger seus familiares ainda no Afeganistão. “Talvez vamos perder outras amigas”, disse ela.

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