Uma fala ofensiva contra Edir Macedo feita pelo então candidato à Presidência da República Fernando Haddad o colocou no banco dos réus. Durante a campanha eleitoral, o petista chamou o líder da igreja Universal de “fundamentalista charlatão, com fome de dinheiro”. Condenado, Haddad terá de desembolsar quase R$ 80 mil.
Na sentença que proferiu, o juiz Marco Antonio Botto Muscari disse que Haddad é “conhecedor privilegiado das normas jurídicas do País, porquanto estudou na mais tradicional faculdade de Direito brasileira”, e ainda que “o réu obviamente sabe que acusações passadas de ‘charlatanismo, estelionato e curandeirismo’, seguidas de absolvição, apenas reforçam a presunção constitucional de inocência do bispo Macedo”.
Para o juiz Muscari, um agravante na declaração de Fernando Haddad, à qual o magistrado chama de “infeliz”, é o fato de o ex-prefeito tê-la tornado pública nas “mídias sociais com acesso a centenas de milhares de destinatários”, potencializando assim os seus efeitos. “Impossível estimar a dimensão dos danos causados a Edir Macedo Bezerra, que não persegue lucro fácil [...], tanto que indicou desde cedo instituição beneficente para receber a verba indenizatória”, diz na decisão.
Embate político
A manifestação de apoio do líder da Universal à candidatura de Jair Bolsonaro foi o motivo das declarações de Haddad, que era seu rival na disputa à Presidência da República. As ofensas foram feitas durante coletiva de imprensa no dia 12 de outubro, na campanha do segundo turno eleitoral.
Haddad perguntou aos jornalistas: “Sabe o que é o Bolsonaro? Vou dizer pra vocês o que é o Bolsonaro. Ele é o casamento do neoliberalismo desalmado representado pelo Paulo Guedes, que corta direitos trabalhistas e sociais, com o fundamentalismo charlatão do Edir Macedo. Isso que é o Bolsonaro. Sabe o que está por trás dessa aliança? Chama em latim (sic): auri sacra fames, FOME DE DINHEIRO. SÓ PENSAM EM DINHEIRO”.
Na ação, Macedo diz que as declarações de Haddad violaram o ordenamento jurídico e tiveram o “nítido caráter de propagar a tão combatida intolerância religiosa e ferir sua honra, nome, a imagem e reputação, por mera insatisfação pessoal e partidária, bem como se valendo do forte aparato midiático que é destinado aos candidatos à Presidência da República”.
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