Líderes quebram tábuas dos “10 Mandamentos Climáticos” no Monte Sinai

No local onde Moisés recebeu os mandamentos bíblicos, religiosos e ativistas estabeleceram os 10 Mandamentos da Justiça Climática.

Fonte: Guiame, com informações do Times of IsraelAtualizado: quarta-feira, 16 de novembro de 2022 às 16:13
Líderes de diversas religiões se reuniram na COP 27. (Foto: Yonatan Neril/Facebook)
Líderes de diversas religiões se reuniram na COP 27. (Foto: Yonatan Neril/Facebook)

No topo do Monte Sinai, no Egito, as tábuas dos Dez Mandamentos da Justiça Climática foram quebradas por um ativista israelense no domingo (13), durante uma “cerimônia de arrependimento” inter-religiosa sobre mudanças climáticas.

Idealizada pelo Elijah Interfaith Institute, a iniciativa aconteceu em meio a COP 27, que vai até dia 18 de novembro. A cúpula das Nações Unidas está sendo realizada em Sharm El-Sheikh, no Egito, para discutir soluções para as mudanças climáticas.

Após o nascer do sol, o grupo de líderes religiosos e ativistas leram a lista dos “Dez Princípios para o Arrependimento Climático”, que foi formulada por líderes de diversas religiões, informa o site Times of Israel.

Em seguida, as duas tábuas foram jogadas no chão por Yosef Abramowitz, do Centro Inter-religioso para o Desenvolvimento Sustentável (Interfaith Center for Sustainable Development), com sede em Jerusalém.

O ato remete à história bíblica de Moisés, que quebrou as tábuas dos Dez Mandamentos depois que os israelitas pecaram contra Deus, após descer o Monte Sinai.

“Olhamos para o Sharm El-Sheikh e não estamos satisfeitos”, disse Abramowitz enquanto quebrava uma tábua.

A ideia original de Abramowitz era levar dezenas de líderes religiosos ao Monte Sinai para a cerimônia inaugural, mas as autoridades egípcias recusaram a permissão, dizendo que não era o momento certo.

Isso porque a cidade de Santa Catarina, localizada abaixo do Monte, passa por obras — estão sendo construídos novos hotéis e um enorme centro de oração multi-religiosa. 

Para ativistas, promessas foram “quebradas”

Uma das tábuas foi feita por jovens da ONG israelense Strike 4 Future, que pintaram a frase “Promessas Quebradas” em hebraico. A outra tábua foi pintada de verde, para simbolizar os “mandamentos verdes”, explicou Abramowitz.

James Sternlicht, chefe da ONG The Peace Department, convocou os líderes religiosos a fazerem um voto climático: “Hoje, enquanto as religiões colocam de lado suas diferenças em um apelo comum à ação climática, trabalhamos em direção a uma nova aliança para a humanidade em nome da proteção do nosso lar comum e para a melhoria do nosso futuro humano”.

A Parceria Climática do Sinai, lançada simbolicamente na cerimônia, reúne o Interfaith Center for Sustainable Development, o Elijah Interfaith Institute, o The Peace Department, a United Nations Faith for Earth Initiative, a Gigawatt Global e a organização israelense de defesa do meio ambiente, Adam Teva V'Din.

Ameaças ao chamado bíblico

Embora a Bíblia coloque sobre o homem autoridade pela criação, a teóloga Avery Foley, da equipe do Answers in Genesis, lembra que Deus é soberano sobre tudo, incluindo o clima.

“Certamente podemos impactar o meio ambiente, e impactamos, mas não somos o ‘todo de tudo’ e o ‘fim de tudo’ que acontece aqui na terra. Deus existe e seu plano triunfará. E Ele revelou que a vida na Terra não terminará por causa das mudanças climáticas provocadas pelo homem. Acabará quando Deus julgar a terra com fogo e criar novos céus e nova terra”, destacou.

Foley lembra que, quando Deus prometeu a Noé que nunca mais destruiria os seres vivos como fez no Dilúvio, ele adicionou outra promessa: "Enquanto durar a terra, plantio e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite jamais cessarão". (Gênesis 8:21-22)

Por isso, Foley acredita que apesar da responsabilidade que a humanidade tem com a natureza, o foco principal de Deus está nas pessoas. “A criação de Deus é importante para Ele, mas nós temos muito mais valor do que os pardais aos olhos de Deus. Portanto, devemos sempre ter uma abordagem ‘humanos em primeiro lugar’ para as questões ambientais”, avalia.

“Muitas das políticas radicais sugeridas pelos alarmistas terão efeitos prejudiciais sobre os pobres”, ela explica. “Indivíduos que mal conseguem sobreviver provavelmente não estarão focados no meio ambiente ou no impacto de suas ações (queimar áreas de florestas tropicais, poluir rios com lixo etc.). Seu foco principal, e compreensivelmente, será de onde virá sua próxima refeição.”

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