O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ironizou o apoio que Jair Bolsonaro recebe dos evangélicos no Brasil. Ele ainda comparou o presidente brasileiro ao nazista Adolf Hitler.
“Bolsonaro é um Hitler dos tempos modernos. É isso. O que não tem é coragem e decisão próprias, porque é um fantoche destes grupos (evangélicos). Bolsonaro saiu de uma seita”, disse Maduro nesta segunda-feira (14) ao apresentar seu relatório anual da administração à Assembleia Constituinte.
Bolsonaro foi eleito com apoio de diversos grupos evangélicos, por causa de sua posição conservadora em relação a temas sociais e políticos, como aborto, ideologia de gênero, legalização das drogas e apoio a Israel.
“Logo o povo brasileiro se encarregará dele”, declarou o líder socialista, que é considerado um “ditador” por Bolsonaro.
No poder desde 2013, Maduro foi reeleito para mais 6 anos de mandato (até 2025) em eleições marcadas por denúncias de fraude e abstenção de 54% do eleitorado.
Juntamente com os Estados Unidos e União Europeia, o Brasil é um dos países que não reconhece o novo mandato de Maduro e apoia as denúncias da oposição sobre fraude nas eleições presidenciais na Venezuela.
Nenhum representante foi enviado pelo governo brasileiro à posse de Maduro no Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) na última quinta-feira (10), por considerar “ilegítimo” o presidente venezuelano.
Segundo a lei venezuelana, Maduro deveria ser empossado no Parlamento, controlado pela oposição, que o TSJ declarou em desacato e anulou suas decisões a partir de 2016. O Brasil reconhece o Legislativo como um órgão “democraticamente eleito” e avaliou que cabe à Assembleia “a autoridade executiva da Venezuela”.
Segundo o Fundo Monetário Internacional, a economia da Venezuela foi reduzida à metade durante o primeiro mandato de Maduro e deve recuar 5% em 2019, com uma hiperinflação que chegará a 10.000.000%.
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