Uma gangue criminosa do Paquistão, localizada próximo à fronteira com a Índia forçou cerca de 300 crianças a se envolverem em atos sexuais. As informações foram confirmadas pelas autoridades do país, que descobriram que esta pode ser a maior rede de pornografia infantil na história da nação. Estudantes islâmicos estão pedindo que os autores os responsáveis por estes abusos sejam condenados à morte.
O ministro-chefe da província de Punjab, no Paquistão, Shahbaz Sharif, pediu no último domingo (9) que a Alta Corte de Lahore investigasse uma quadrilha de pornografia infantil em Kasur, que supostamente produziu pelo menos 400 vídeos com 280 crianças, que foram forçadas a ter relações sexuais, segundo o jornal paquistanês 'Dawn' relatou.
Um alto oficial de proteção da criança na província marcou o caso como "o maior escândalo de abuso infantil da história do Paquistão" e assegurou que os responsáveis serão punidos rigorosamente.
As horas de filmagens exibem vários atos sexuais hediondos envolvendo as crianças - algumas com 7 anos de idade. Muitas das crianças também foram forçadas a molestar outras.
"Os envolvidos no caso serão severamente punidos. Eles não serão capazes de escapar de seu destino", afirmou Sharif. "As famílias afetadas serão amparadas pela justiça a qualquer custo".
Investigação
Cerca de 14 suspeitos da aldeia de Hussain Khan Wala foram presos, segundo informações da 'Associated Press'. Os criminosos conseguiram manter as crianças e as famílias das vítimas em silêncio por anos através de chantagens e ameaças.
Acredita-se que a quadrilha usou os vídeos como uma forma de extorquir dinheiro de membros das famílias com a ameaça de divulgar publicamente as imagens, se o grupo não recebesse as quantias exigidas.
O relatório acrescenta que os membros da gangue muitas vezes ameaçavam as crianças com uma arma ou as drogavam, para levá-las a participar dos atos sexuais.
Traumas
"Eles me destruíram", disse uma vítima não identificada à agência de notícias 'AP'. "Eles destruíram minha família. Eles simplesmente me mataram".
A quadrilha foi bem sucedido em manter suas vítimas em silêncio até que uma família decidiu pronunciar-se contra o grupo - o que acabou encorajando outras famílias a fazer o mesmo.
Latif Sarra, um advogado que representa algumas das vítimas, acrescentou que, se uma família não pudesse pagar para evitar que a gangue liberasse a filmagem de seu filho(a), a quadrilha exigia que a família encontrasse uma outra criança para entregar aos criminosos.
"A quadrilha tem de 15 a 21 membros. Essas pessoas têm estuprado meninos e meninas com idade inferior a 15 anos e, e registram isto em vídeos desde 2009", explicou Sarra. "É um caso de extorsão. Este é o negócio deles".
Apesar do pedido do chefe do ministro para uma investigação, o presidente do Tribunal da Alta Corte de Lahore rejeitou o pedido de inquérito na última segunda-feira (10) e afirmou que uma vez que já havia uma investigação da polícia local sobre o assunto, uma investigação judicial não era necessária.
Inversão de papéis
Embora a polícia venha investigando o caso desde junho deste ano (2015), só começou a realmente prender os suspeitos após os protestos de pessoas que se reuniram do lado de fora da delegacia de polícia, neste mês agosto para protestar contra a morosidade das autoridades. Pelo menos 25 pessoas ficaram feridas no protesto.
Sarra acredita que a polícia não está levando o caso a sério e está até mesmo "fazendo vista grossa" com relação aos suspeitos.
"A polícia está conivente com os acusados", Sarra sustentou.
Alguns pais das crianças vitimizadas disseram à Reuters que quando eles foram registrar uma ocorrência policial contra estes criminosos, os policiais trataram seus filhos como se fossem criminosos.
"Eu fui para a delegacia de polícia para registrar uma queixa, mas em vez de registrar um [caso], eles levaram o meu filho e o mantiveram em custódia", explicou a mãe Shakila Bibi.
De acordo com a 'AP', o parlamento do Paquistão se pronunciou contra os crimes sexuais e pediu que todos os envolvidos sejam responsabilizados. Enquanto isso, um grupo de 50 estudantes islâmicos emitiu um decreto, pedindo aos tribunais condenem todos os criminosos envolvidos no caso à pena de morte.
"Os tribunais devem anunciar sentença de morte para os responsáveis por este crime hediondo", diz o texto decreto publicado pelos estudante. "O Islã declara que este é o pior pecado contra a humanidade".
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