Meriam Ibrahim fala sobre obras não autorizadas que contam sua história: "Nova perseguição"

A história de Meriam gerou manchetes internacionais no ano passado por causa do modo desumano como ela foi tratada no Sudão - o que foi classificado como discriminação sistemática contra os cristãos.

Fonte: Guiame, com informações do Christian TodayAtualizado: segunda-feira, 11 de maio de 2015 às 20:31
Meriam Ibrahim tornou-se mundialmente conhecida e um símbolo da luta contra a perseguição religiosa, pelo fato de ser condenada a morte por confessar sua fé cristã
Meriam Ibrahim tornou-se mundialmente conhecida e um símbolo da luta contra a perseguição religiosa, pelo fato de ser condenada a morte por confessar sua fé cristã

Um livro não autorizado sobre sua provação em uma prisão sudanesa levou Meriam Ibrahim a revelar sua tristeza com a forma como a sua história está sendo usada por escritores e cineastas, sem a sua permissão.

A história de Meriam gerou manchetes internacionais no ano passado por causa do modo desumano como ela foi tratada no Sudão - o que foi classificado como discriminação sistemática contra os cristãos.

Apesar de ter sido educada sob os preceitos da fé cristã por sua mãe, o pai de Meriam era um muçulmano e pela lei sudanesa, 'crianças precisam adotar a religião do pai'.

Como uma cristã praticante, Meriam foi acusada de apostasia e condenada à morte cerca um ano atrás, (15 de maio/2014), mesmo estadno grávida de seu segundo filho.

Ela também foi acusada de cometer adultério ao casar com um cristão, Daniel Wani, e sentenciada a 100 chibatadas.

A cistã sudanesa deu à luz a filha Maya ainda na prisão, enquanto estava acorrentada.

Um clamor internacional seguiu as revelações sobre o caso de Meriam e ela foi finalmente libertada em 26 de junho, chegando à cidade de Roma um mês depois, em um avião do governo italiano.

Sua recusa a negar sua fé cristã ou a se "reconverter" ao islamismo ganhou a admiração de pessoas do mundo inteiro pela sua força de caráter e fidelidade ao Evangelho.

Enquanto Meriam e seu marido, que agora vivem em New Hampshire, nos EUA, têm estado em contato com produtores e autores sobre a possibilidade de contar a sua história, a sudanesa faz críticas severas àqueles que têm procurado capitalizar sobre ela e sua história sem a sua autorização, porque ela quer ter certeza que tudo será contado com precisão.

Agora, um novo livro de uma autora italiana, Antonella Napoli tem levantado novamente estas questões sobre possíveis histórias não autorizadas. Napoli é uma jornalista e ativista que fez campanha pela libertação de Meriam. A escritora lançou "Il mio nome è Meriam" ("Meu Nome é Meriam"), que fala sobre a provação da cristã sudanesa.

Meriam disse ao Christian Today que ela chegou a receber uma cópia do livro com uma proposta de autorização para assinar, mas recusou-se a fazê-lo porque estava em comunicação com outro editor.

Ela disse que o fato de escrever sobre ela sem sua permissão é como uma "nova perseguição de algumas pessoas fracas que não sabem o significado de fé, mas estão trabalhando para recolher dinheiro com as lágrimas dos oprimidos".

Meriam também disse que escrever livros não autorizadas seria "saquear o direito de fazer a minha história para o mundo pela maneira que eu escolher".

"Os editores foram matando a mim e toda a minha família", disse a sudanesa, afirmando que o livro era "como a corda ao redor da minha cabeça".

No entanto, Napoli, que havia liderado a campanha italiana pela liberação de Meriam, disse ao Christian Today que, quando ela tinha entrevistado Meriam e Daniel na Embaixada dos EUA em Cartum (Itália) após a sua libertação, aquele foi um momento significativo em sua própria vida.

"Eu sou uma jornalista, mas também uma ativista de direitos humanos", disse ela.

Ela disse que tinha tentado contactá-los [Meriam e Daniel] nos Estados Unidos a respeito da proposta de um livro, mas foi dito que tinha sido oferecido um contrato com uma editora americana.

Napoli diz que ela lhes disse que ela ia escrever sobre a própria campanha e sobre seus próprios encontros com a família, ressaltando que ela tinha o direito de escrever sobre os eventos que ela havia presenciado e participado. Ela disse que continuava a ajudar outros cristãos perseguidos no Sudão, incluindo dois pastores em risco de pena de morte.

Meriam e Daniel anteriormente disseram ao Christian Today que um filme intitulado "Eu sou um cristão" - agendado para estrelar na Fox News não foi autorizado e que eles se opuseram aos esforços por parte da empresa de produção, "Christian Lives Matter", para fazê-lo.

O título ecoa suas palavras de desafio ao juiz no tribunal. Meriam disse que saber que o filme estava sendo feito sem a sua permissão a fez se sentir da mesma maneira que quando foi condenada à morte no Sudão.

Ela disse que pensou que eles estariam ao seu lado, porque eles são cristãos, mas sente que os cineastas estão a matando e também matando seus sonhos.

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