Momentos antes de morrer em operação, sargento do BOPE pediu à esposa: “Continua orando”

Heber Carvalho da Fonseca, de 39 anos, foi morto durante a megaoperação policial mais letal do Rio de Janeiro.

Fonte: Guiame, com informações de g1Atualizado: quinta-feira, 30 de outubro de 2025 às 13:09
Heber Carvalho pediu orações antes de morrer. (Foto: Reprodução/Instagram/Jéssica Araújo)
Heber Carvalho pediu orações antes de morrer. (Foto: Reprodução/Instagram/Jéssica Araújo)

A mulher do 3º sargento do BOPE, Heber Carvalho da Fonseca, de 39 anos, morto durante a megaoperação das polícias Civil e Militar nos complexos do Alemão e da Penha, divulgou nas redes sociais as últimas mensagens trocadas com o marido e, momentos antes de morrer, ele pediu oração.

Heber foi atingido durante confronto com criminosos na manhã da última terça-feira (28) e não resistiu. No Instagram, Jéssica Araújo compartilhou as mensagens trocadas com o esposo durante a operação.

“Você tá bem? Deus está te cobrindo. Estou orando”, disse Jéssica. E Heber responde às 10h57: “Estou bem. Continua orando”.

“Te amo. Cuidado pelo amor de Deus. Muitos baleados. Amor, me dá sinal de vida sempre que puder”, acrescentou ela.

Logo depois, as mensagens mostram várias ligações que não foram atendidas entre 13h33 e 13h36.

 
O sargento Heber Carvalho. (Foto: Reprodução/Instagram/Jéssica Araújo)

Na publicação, Jéssica relatou: “E você não falou mais. E agora o que vou falar pra Sofia?”.

Segundo a viúva, Heber era um homem corajoso, determinado e apaixonado pela profissão:

"Pensa em um cara corajoso, que correu atrás dos sonhos e objetivos. Quanto orgulho dessa profissão, e orgulho para todos que tiveram a oportunidade de te conhecer. Você era maravilhoso, obrigada por esses anos ao meu lado. Você é o meu eterno herói, eterno 33. Você me fez feliz".

E continuou: “Meu marido honrou a farda até o último instante. O crime tomou conta do RJ. Ele dizia que tinha uma senha em suas mãos, toda vez que perdia um colega. Que o dia que acontecesse com ele, iria fazendo o que mais amava. E a gente nunca acredita, esse dia chegou. Não consigo explicar essa dor”.

‘Deixou um legado’

O sargento Heber Carvalho, que integrava o Batalhão de Operações Especiais (BOPE), morreu em serviço durante a operação mais letal da história do Rio de Janeiro.

De acordo com nota oficial, ele chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Getúlio Vargas, mas não resistiu aos ferimentos. O governo estadual informou que a megaoperação deixou 121 mortos, sendo quatro policiais e 117 suspeitos ligados ao Comando Vermelho.

Heber deixa esposa, uma filha e dois enteados. Em nota, a Polícia Militar lamentou a morte do sargento e destacou sua trajetória de coragem e compromisso com o serviço público:

“Em um dia de profundo pesar, lamentamos a morte do Sargento PM Heber Carvalho da Fonseca, que faleceu em confronto durante operação no Complexo do Alemão. O Sargento Heber dedicou sua vida ao cumprimento do dever e deixa um legado de coragem, lealdade e compromisso com a missão policial militar. Sua ausência será sentida por todos que tiveram a honra de conhecê-lo. O Sargento Heber deixa esposa e filhos, a quem expressamos nossas mais sinceras condolências e solidariedade. Combati o bom combate, encerrei a carreira e guardei a fé”.

Nos comentários, a sobrinha Laryssa Viana declarou: “É devastador, imensurável. Será sempre lembrado pelo homem de honra, pai, esposo, irmão, amigo que sempre foi para todos e tio que foi para mim. Era sua paixão, sua vocação, um dos melhores lá dentro, dedicados e serviu por amor, dando a vida a essa sociedade”.

“Hoje, nosso coração está destruído, mas com a certeza que ele estava onde seu coração pulsava. Seu sorriso, sua alegria e sua paixão pela profissão serão sempre lembrados.

Heber foi e sempre será um herói”, acrescentou.

O velório ocorre nesta quinta-feira (30) na sede do BOPE, com o sepultamento marcado para às 11h, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap.

“Hoje será um dia muito difícil, a ficha ainda não caiu. Te amamos para sempre. Prometo honrar sua memória vivendo da forma que você sempre me incentivou: com coragem, bondade e gratidão”, concluiu Jéssica.

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