Na última segunda-feira (9), uma mulher de 60 anos foi feita refém na Avenida Paulista após sair de uma aula de pilates. Sandra Regina Monteiro foi salva sem ferimentos e afirmou que orou pelo livramento.
Nesta terça-feira (10), durante uma participação no programa Encontro, da Rede Globo, Sandra revelou o motivo da sua paz:
“Na verdade, eu fiquei calma porque eu tinha me batizado na igreja no domingo de manhã. Então, enquanto ela estava esbravejando, eu estava orando, falando com Deus, pedindo para Ele, que só Ele nessa hora, né? Para dar sabedoria para eles e tranquilidade para mim”.
E continuou: “Eu fiquei preocupada com a reação dela, quando ela falou para eu ficar na minha frente e pôs a faca na minha jugular, eu falei: ‘Se afaste de mim, eu não te conheço, me solta. Aí ela pôs mais ainda a faca no meu pescoço”.
Sandra foi feita refém por outra mulher em um ponto de ônibus na Avenida Paulista, em São Paulo. Ela havia feito uma aula de pilates na própria Avenida Paulista e estava a caminho de uma sessão de acupuntura na zona norte.
“Sempre vou de metrô, mas justo hoje resolvi ir de ônibus”, disse ela ao Estadão.
Conforme Sandra, a mulher, cuja identidade não foi revelada, a abordou pelas costas, dizendo para ela ficar na sua frente e ligar para a Rede Globo.
“Não vi o rosto dela. No primeiro momento, perguntei para ela por que ela estava fazendo aquilo, porque ela não chegou me assaltando, nem nada. Ela só chegou pedindo para eu ficar na frente dela”, relembrou Sandra.
Poder da oração
Em imagens gravadas por câmeras de segurança no local, é possível ver a mulher ameaçando Sandra com uma faca no pescoço.
Um segurança terceirizado de um prédio próximo ao ponto de ônibus contou que a mulher teria escolhido aleatoriamente a vítima.
“Orei o tempo todo e pensava na minha família. Não era a minha hora”, declarou Sandra.
O Estadão informou que as pessoas que estavam no posto de ônibus em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero chamaram a polícia e simularam ligar para a Rede Globo, para acalmar a sequestradora.
Em poucos minutos, a Polícia Militar (PM) chegou e começou a negociar: “Ela falou para os policiais que tinham câmeras na casa dela, que ela não podia comer, não podia fazer nada.
Os policiais pediam para ela me soltar, mas ela não soltava”, contou Sandra.
A CNN Brasil informou que a polícia alegou que a agressora estava com o psicológico muito abalado: “Ainda não há um laudo oficial, mas a polícia diz que ela apresenta problemas psicológicos graves e já é, pelo menos, a quarta vez que ela pratica esse mesmo ato. Já é a quarta vez que ela faz alguém refém na Avenida Paulista, em SP”.
Em comunicado, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo confirmou o incidente e explicou que a área foi isolada com o apoio de uma viatura. Após uma rápida negociação, os policiais utilizaram uma arma de choque para neutralizar a agressora. A vítima, por sua vez, saiu ilesa, conforme informou a pasta.
Sandra disse que, no mesmo instante em que a arma de choque foi usada, a mulher a soltou e caiu.
Sandra foi encaminhada para exame médico no Instituto Médico Legal (IML) e posteriormente prestou depoimento na 78° Distrito Policial (DP), delegacia no bairro Jardins, na capital paulista.
Já a mulher que a ameaçava foi presa e encaminhada para o 78º DP. Contudo, a corporação disse que ainda não há detalhes sobre a motivação do crime.
A Avenida Paulista chegou a ficar interditada entre a Alameda Joaquim Eugênio de Lima e a Alameda Campinas, no sentido da Consolação. Entretanto, às 14h, a via já havia sido liberada.
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