Mulheres fogem da exploração sexual e formam batalhão feminino contra o Estado Islâmico

As mais de 100 mulheres, que estão entre as idades de 17 e 37, estão se preparando para lançar uma ofensiva em Mosul (Iraque), a fortaleza do Estado Islâmico, pois foi nesta cidade que muitas delas foram forçadas por terroristas a servirem como escravas sexuais.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: domingo, 14 de fevereiro de 2016 às 11:54

Centenas de mulheres iáziges que foram forçadas à escravidão sexual pelo Estado Islâmico uniram-se para formar um batalhão só de mulheres e lançar um ataque maciço contra seus agressores no Iraque.

As integrantes do grupo recém-formado "Sun Ladies", que conseguiram escapar de seus captores, dizem que querem vingança, bem como a segurança para si e para outras mulheres, segundo relatórios da Fox News.

As mais de 100 mulheres, que estão entre as idades de 17 e 37, estão se preparando para lançar uma ofensiva em Mosul (Iraque), a fortaleza do Estado Islâmico - também conhecido como ISIS, ISIL ou Daesh - pois foi nesta cidade que muitas delas foram forçadas por terroristas a servirem como escravas sexuais.

"Sempre que uma guerra acontece, nossas mulheres acabam como vítimas", disse a Capitã Khatoon Khider, citando uma integrante do batalhão. Recordando a perseguição que a minoria Yazidi sofre, ela disse: "As mulheres estavam jogando seus filhos das montanhas e depois se suicidavam saltando dali, porque era uma maneira mais rápida de morrer. Estávamos de mãos atadas. Não poderíamos fazer nada sobre isso".

Ela continuou: "Agora estamos nos defendendo do mal. Estamos defendendo todas as minorias da região. Faremos o que nos é pedido".

As mulheres combatentes receberam treinamento das forças curdas de Peshmerga, e aproximadamente 500 mais estão prontas para o treinamento.

"Nossa força de elite é um modelo para outras mulheres na região", disse Khider. "Queremos agradecer a todos os outros países que nos ajudam neste momento difícil, queremos que todos tomem suas armas e saibam como se proteger do mal".

Havia cerca de 600.000 Yazidis no Iraque, que se consideram etnicamente curdos e vivem principalmente na província de Nínive, ao centro-norte e nordeste do Curdistão iraquiano. Pelo menos 200.000 delas foram deslocadas violentamente pelo Estado Islâmico.

O Estado Islâmico tem como objetivo formar um califado (governo unificado) no Levante - uma região também conhecida como o Mediterrâneo Oriental - através da "jihad" ("guerra santa") e impôs às minorias religiosas e étnicas - incluindo os Yazidis e cristãos - que fujam, se convertam ao Islã ou serão mortos.

Uma força policial formada só por mulheres que apoiam o Estado Islâmico lançou anteriormente, um manifesto que foi elaborado com referências às escrituras islâmicas, encorajando meninas com idades a partir de 9 anos a se casarem com Jihadis [militantes] e pedindo às mulheres que permaneçam "ocultas e veladas", servindo aos seus "mestres".

"É considerado legítimo que uma menina venha a se casar aos nove anos. A maioria das meninas mais puras se casam com dezesseis ou dezessete anos, enquanto elas ainda são jovens e ativas", disse o texto.

Na sua publicação de propaganda em inglês, o Estado Islâmico procurou justificar a sua barbárie, dizendo que é próprio do islamismo, capturar e forçar as "mulheres infiéis" à escravidão sexual.

"Antes, Shaytan [Satanás] revela suas dúvidas para os fracos de espírito e coração. Deve-se lembrar que escravizar as famílias dos kuffar [infiéis] e tomar as suas mulheres como concubinas é um aspecto firmemente estabelecido pela lei Sharia. Se isto for negado ou simulado, é como negar ou zombar dos versículos do Alcorão, da narração do Profeta ... e assim, apostatar do islamismo", afirmou a revista propaganda do Estado Islâmico, chamada "Dabiq" - que também é o nome de um local na mitologia apocalíptica islâmica.

 

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