Mundo pode viver a ‘década mais perigosa’ com riscos globais, diz relatório

De acordo com o IISS, o mundo entrou em um ambiente de segurança altamente volátil, desde o ano passado.

Fonte: Guiame, com informações do GloboAtualizado: terça-feira, 20 de fevereiro de 2024 às 15:12
Cenas de guerra. (Captura de tela: YouTube/BBC News Brasil)
Cenas de guerra. (Captura de tela: YouTube/BBC News Brasil)

“A humanidade está diante de riscos globais”, segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), especializado em defesa militar. 

Conforme o relatório de 2024, a guerra entre Israel e Hamas no Oriente Médio, o conflito na Ucrânia e as tensões crescentes envolvendo China e Irã apontam para “uma década mais perigosa” no mundo.

O relatório divulgado na terça-feira (13), ainda diz que “o mundo entrou em um ambiente de segurança altamente volátil, desde o ano passado”, conforme menciona o jornal O Globo.  

A organização acredita que a situação de instabilidade continuará e cita também a vitória do Azerbaijão contra os separatistas armênios em Nagorno-Karabakh ou os golpes de Estado no Níger e no Gabão. 

‘Uma década mais perigosa’

“A atual situação de segurança militar pressupõe o que provavelmente será uma década mais perigosa, caracterizada pelo recurso acentuado por parte de alguns à força militar para fazer valer suas exigências”, afirma o documento.

Soma-se a isto “o desejo entre as democracias que compartilham os mesmos valores de reforçar os laços bilaterais e multilaterais em questão de defesa, como resposta a esta situação”, continua.

Falando especificamente sobre a guerra na Ucrânia, os especialistas escreveram: “Quase dois anos após a invasão pela Rússia, o IISS estima que o Exército russo perdeu cerca de 3 mil veículos de combate, o mesmo número que dispunha em fevereiro de 2022”. 

Segundo o estudo, Moscou compensou suas perdas recorrendo ao seu contingente de veículos que não estavam em serviço naquele momento, sendo forçada a privilegiar a quantidade em detrimento da qualidade.

“Por outro lado, a Ucrânia tem conseguido reparar suas perdas em equipamento militar graças à ajuda ocidental, ganhando em qualidade. Segundo o relatório, o Exército ucraniano demonstrou ‘engenhosidade’, sobretudo no Mar Negro, com o uso de drones marinhos”, revela o relatório.

Gastos militares e a fome no mundo

Enquanto a ONU divulga que 735 milhões de pessoas no mundo estão morrendo de fome (o número pode ser bem maior), o relatório mostra que, ao todo, os gastos militares no mundo aumentaram 9% no ano passado, chegando aos US$ 2,2 trilhões (quase R$ 11 trilhões na cotação da época), um valor sem precedentes.

O valor desperdiçado em guerras pode aumentar muito em 2024, bem como o número de pessoas que não serão atendidas em suas necessidades mais básicas. 

A organização explica que este fenômeno se deu devido à guerra na Ucrânia e às tensões em torno da China, principalmente. Rússia e China dedicam agora mais de 30% de seus gastos públicos ao setor militar. 

E o Irã está cada vez mais presente em diversas áreas de conflito, como demonstra o envio de mísseis aos rebeldes houthis iemenitas, cujos ataques no Mar Vermelho estão afetando o comércio mundial.

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