Em seu primeiro discurso no cenário mundial, o vice-presidente dos EUA, JD Vance, fez uma defesa contundente da liberdade de expressão e religiosa, além de abordar uma série de questões geopolíticas na Conferência de Segurança de Munique, realizada na Alemanha.
A conferência reuniu líderes políticos, militares e especialistas internacionais, tornando-se um palco importante para Vance destacar a relevância dos direitos fundamentais em um cenário global cada vez mais conturbado e polarizado.
Vance iniciou sua fala, que aconteceu na sexta-feira (14), afirmando que a preocupação dos EUA em relação ao continente europeu não vem da China, da Rússia ou de qualquer ator externo, mas sim de uma "ameaça interna" à liberdade de expressão na Europa.
Vance acusou Bruxelas de limitar as redes sociais devido a conteúdos considerados odiosos. Ele também atacou a Alemanha, alegando que o país estaria realizando ações contra seus próprios cidadãos por postarem comentários antifeministas. Além disso, criticou a Suécia por condenar uma ativista cristã e o Reino Unido por retroceder em direitos religiosos.
“Em toda a Europa, temo que a liberdade de expressão esteja em retrocesso”, disse o vice-presidente americano.
Oração silenciosa
Vance mencionou o caso de um cristão no Reino Unido que foi multado por orar silenciosamente perto de uma clínica de aborto.
“Ele não obstruiu ninguém, não interagiu com ninguém, apenas orou em silêncio. Quando a polícia britânica o abordou e perguntou pelo que ele estava orando, Adam respondeu que era pelo filho não nascido que ele e sua ex-namorada haviam abortado anos antes. Os policiais não se comoveram", relatou Vance.
"Ele foi considerado culpado de violar a nova lei de zonas de exclusão do governo, que criminaliza orações silenciosas e outras ações que possam influenciar a decisão de uma pessoa dentro de 200 metros de uma clínica de aborto".
O caso do veterano do exército britânico Adam Smith-Connor, citado por Vance, não é isolado. Muitos outros ativistas pró-vida enfrentam sanções, como multas e até prisões, como aconteceu com Isabel Vaughan-Spruce, uma cristã que foi presa enquanto orava em silêncio perto de uma clínica de aborto, também no Reino Unido.
Adam Smith-Connor ora em frente ao Tribunal de Poole. (Foto: ADF International)
A prisão desses ativistas é considerada por muitos como um ataque à liberdade religiosa e à liberdade de expressão, direitos garantidos pelas leis britânicas.
Os casos levantaram sérias preocupações sobre o crescente cerceamento de manifestações religiosas, mesmo quando realizadas de maneira pacífica e sem perturbar a ordem pública.
Direitos fundamentais
Ainda em seu discurso na Alemanha, Vance destacou a importância de proteger as liberdades individuais, incluindo a liberdade religiosa, em face de pressões políticas e sociais que buscam silenciar vozes dissidentes.
Com isso, o debate sobre os direitos fundamentais ganha ainda mais relevância em um cenário global onde a polarização das questões políticas e morais está em ascensão.
A posição de JD Vance e a crítica aos ataques à liberdade religiosa refletem uma preocupação com a defesa da liberdade de pensamento e expressão, especialmente quando se trata da preservação da fé.
O vice-presidente dos EUA concluiu seu discurso enfatizando a importância de respeitar os princípios democráticos e os direitos fundamentais dos cidadãos europeus.
Ele salientou que, sem um compromisso verdadeiro com a liberdade de expressão e o respeito às vozes dissidentes, a Europa corre o risco de se afastar ainda mais dos valores ocidentais que a definiram historicamente.
“Nenhuma democracia – seja ela americana, alemã ou europeia – sobreviverá se disser a milhões de eleitores que seus pensamentos e preocupações, suas aspirações e seus pedidos de alívio são inválidos ou indignos de consideração.”
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