O regime do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, ordenou a retirada da licença do Enlace Canal 21, único canal de televisão cristão do país centro-americano.
O pastor Guillermo Osorno, que foi o candidato presidencial do partido Camino Cristiano (Christian Way) nas recentes eleições na Nicarágua, é o chefe do Canal 2 1.
“As boas novas de salvação nunca serão silenciadas em nossa nação”, disse.
Explicaram em nota que na terça-feira, 9 de novembro, funcionários do Instituto de Telecomunicações e Correios da Nicarágua (TELCOR), órgão regulador das telecomunicações e dos correios na Nicarágua, os visitaram “para realizar o que chamam de rotina inspeção”.
Segundo o Canal 21, nesse mesmo dia “emitiram um comunicado apontando o motivo do cancelamento da nossa licença ... Fomos aos escritórios da TELCOR com provas e provas de que estamos a funcionar bem, mas cancelaram arbitrariamente a nossa licença de T”.
Rebeca Osorno, diretora do Canal 21, disse ao site de notícias latino-americano Evangélico Digital que “estão surpresos porque o canal passa 24 horas por dia proclamando a mensagem de Jesus, nunca se envolveu em questões políticas”.
Em seu comunicado, a emissora pede a oração dos cristãos, “porque as boas novas de salvação jamais serão silenciadas em nossa nação. Sabemos que, com a ajuda de Deus, em breve estaremos de volta ao ar com o sinal de TV aberta”.
Retaliação por rejeitar resultados eleitorais
O jornalista nicaraguense exilado na Costa Rica Dino Andino, noticiou nas redes sociais que o pastor Guillermo Osorno “não reconheceu o resultado da votação presidencial, denunciou irregularidades no processo e sugeriu a Daniel Ortega a repetição da eleição geral”.
Rebeca Osorno concordou que “não se pode dizer nada a este governo. Isso é retaliação, mas em vez de mandá-lo para a prisão, eles assumiram o controle do canal. Uma decisão terrível”.
Ela também confirmou que vão recorrer da decisão do regime nos 15 dias que têm para fazê-lo.
As eleições realizadas no último domingo na Nicarágua são uma das mais questionadas da história do país.
O processo eleitoral na Nicarágua foi marcado pela detenção de sete candidatos presidenciais, o cancelamento de três partidos políticos da oposição e a prisão de jornalistas, empresários, líderes sociais e outros líderes da oposição.
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