O chamado “passaporte da vacina” já é uma realidade em algumas capitais brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo. No final de agosto, a Prefeitura de São Paulo publicou um decreto que institui a necessidade de apresentar um comprovante de vacinação contra a Covid-19 para acesso aos estabelecimentos públicos.
A medida, que entra em vigor em 1º de setembro, diz que eventos como shows, feiras, congressos, jogos e serviços ou estabelecimentos similares, com público superior a 500 pessoas, deverão exigir a apresentação de comprovante de imunização.
Dentro desse grupo estão muitas igrejas, cujo público é superior a essa quantidade estipulada pelo decreto paulistano.
Segundo a advogada Patrícia Alonso, este tipo de exigência gera uma pressão psicológica sem precedente. “Em outros tempos já tivemos outras epidemias, com campanhas de vacinação e sem a pressão psicológica como a que estamos vivenciando nos últimos 2 anos. E foi muito tranquilo o enfrentamento das enfermidades. No entanto, atualmente, agregado à doença somam-se interesses políticos e econômicos e mais o controle da população, atingida em seu direito de ir e vir”, disse ela ao Guiame.
Patrícia argumenta que se “as vacinas são altamente eficazes em prevenir doenças significativas, como os resultados das pesquisam evidenciam, então esses que foram vacinados já estão protegidos e não há benefício para eles se outras pessoas forem vacinadas”.
Patrícia diz que a liderança cristã da Europa se posicionou fortemente contrária a esse tipo de seleção para que as pessoas adentrem as igrejas: “Os membros do clero na Europa disseram que a introdução de passaporte para vacinados seria uma forma antiética de coerção e violação do princípio de consentimento informado”.
‘Apartheid’
Para a advogada, a exigência de tal comprovante está criando um apartheid médico e consequentemente religioso. “Essa proposta tem o potencial de acabar com a democracia liberal como a conhecemos, e criar um estado de vigilância no qual o governo usa a tecnologia para controlar certos aspectos da vida de seus cidadãos”, acredita Patrícia.
A escritora diz que “os líderes cristãos ingleses estão certos por terem feito uma carta aberta declarando que ‘sob nenhuma circunstância’ fecharão as portas de suas casas de oração para pessoas que não possuírem o passaporte-covid”.
“Para a Igreja de Jesus Cristo, excluir aqueles considerados pelo Estado como indesejáveis sociais seria um anátema e uma negação da verdade do Evangelho”, diz a carta, acrescentando que seria uma “traição fundamental de Cristo e do Evangelho”.
Patrícia diz que os pastores brasileiros precisam se posicionar sobre a medida. “O Evangelho de Cristo nunca foi seletivo, e jamais será. Agora será o momento de conhecer a sua liderança se ela está disposta obedecer a Deus ou obedecer a César”.
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições