A Assembleia Geral da ONU reconheceu a violência e perseguilção religiosa que ocorrem em diversos países ao designar o dia 22 de agosto como a data internacional para homenagear as vítimas de atos de violência baseada na religião ou crença.
A resolução foi copatrocinada pelo Brasil junto com Canadá, Estados Unidos, Polônia, Egito, Iraque, Jordânia, Nigéria e Paquistão, e adotada por consenso pelos 193 membros da entidade na terça-feira (24).
O documento diz deplorar “todos os atos de violência contra pessoas com base em sua religião ou crença, bem como quaisquer atos dirigidos contra os seus lares, empresas, propriedades, escolas, centros culturais ou locais de culto, elém dos ataques contra ou em lugares religiosos, locais e santuários que violam o direito internacional ”.
A resolução diz ainda que “o terrorismo e o extremismo violento em todas as suas formas e manifestações não podem e não devem estar associados a nenhuma religião, nacionalidade, civilização ou grupo étnico”.
Combate crimes de ódio relacionados à religião
O documento enfatiza que “liberdade de religião ou crença, liberdade de opinião e expressão, direito à reunião pacífica e direito à liberdade de associação são interdependentes, interrelacionados e reforçam-se mutuamente, e salientar o papel que esses direitos podem desempenhar na luta contra todas as formas de intolerância e discriminação com base na religião ou crença”.
O Dia Internacional terá como objetivo “homenagear as vítimas e os sobreviventes que muitas vezes permanecem esquecidos”, disse o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Jacek Czaputowicz.
Ele relembrou a onda de ataques nos últimos meses, inclusive em mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia, e no alvejamento de cristãos no Sri Lanka durante o domingo de Páscoa.
“Esperamos que isso ajude a combater crimes de ódio e atos de violência relacionados à religião ou crença, e fortalecerá ainda mais o diálogo inter-religioso”, assinalou Czaputowicz, ao apresentar a resolução.
Conflito EUA-China
Durante a discussão da resolução, os Estados Unidos e a China entraram em choque sobre as críticas de Washington ao tratamento dado por Pequim às minorias religiosas.
O Representante dos EUA no Conselho Econômico e Social da ONU, Austin Smith, disse que na Região Autônoma Uigur de Xinjiang “mais de um milhão de uigures, cazaques, quirguizes e outros membros de grupos minoritários muçulmanos em Xinjiang foram arbitrariamente detidos em campos desde abril de 2017.
Há relatos perturbadores de trabalho forçado, tortura e mortes nesses campos. “As autoridades chinesas estão restringindo a liberdade religiosa ao rotular práticas religiosas pacíficas como manifestações de ‘extremismo religioso e terrorismo’”, acrescentou.
Ele pediu a membros da ONU que pedissem à China para fechar seus campos e respeitar os direitos dos cristãos e outros grupos religiosos no país.
O delegado da China classificou as alegações dos EUA como infundadas e disse que o que foi descrito como campos era, de fato, “centros de treinamento vocacional e educacional para ajudar as minorias a aprender habilidades que possam ajudá-las a combater a pobreza”.
Ele lançou uma contra-acusação contra os EUA, argumentando que no recente Fórum Permanente sobre Questões Indígenas, muitos oradores acusaram o governo dos EUA de matar seus próprios povos indígenas, extinguindo suas línguas e oprimindo suas vozes.
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