Papa Francisco e patriarca ortodoxo falam em "restauração da unidade" durante encontro

Os dois líderes cristãos realizaram um ato histórico, que foi o primeiro encontro entre um papa e uma cabeça da igreja russa, desde o século 11.

Fonte: Guiame, com informações do Christian TodayAtualizado: sábado, 13 de fevereiro de 2016 às 11:47

Na última sexta-feira (12), Papa Francisco e patriarca ortodoxo russo Kirill pediram que "a unidade fosse restaurada" em uma reunião histórica em Cuba, cerca de 1.000 anos após a igrejas orientais e ocidentais terem se divido.

Os dois homens realizaram o ato histórico, que foi o primeiro encontro entre um papa e uma cabeça da igreja russa, desde o século 11. As negociações - em um terminal de aeroporto em Cuba - resultaram em uma declaração conjunta, apelando pela proteção dos cristãos no Oriente Médio.

"Em muitos países do Oriente Médio e Norte da África inteiras famílias, aldeias e cidades de nossos irmãos e irmãs em Cristo estão sendo completamente exterminados", disseram eles em uma aparente referência à violência por parte de grupos militantes como o Estado islâmico.

"As igrejas estão sendo barbaramente devastadas e saqueadas, seus objetos sagrados profanados, seus monumentos destruídos".

Eles também disseram que a ajuda humanitária em larga escala foi necessária para cuidar de refugiados que fogem da Síria e do Iraque, lamentando o "êxodo em massa dos cristãos".

O presidente cubano Raul Castro também se encontrou com os dois líderes, mas ao que tudo indica, não participou do díalogo sobre "unidade em prol dos cristãos perseguidos", mas sim como testemunha da assinatura de uma declaração conjunt de ambos os líderes cristãos.

Francisco e Kirill se reuniram apenas uma semana após o encontro ter sido anunciado. Francisco tinha emitido um convite permanente para falar com o patriarca russo "a qualquer hora, em qualquer lugar".

O momento chegou quando Kirill foi visitar a ilha caribenha e Francisco acrescentou uma breve parada em seu caminho de Roma para uma visita longa programada ao México.

"Finalmente", disse Francisco, enquanto encontrava Kirill e ambos adentravam uma sala no aeroporto de Havana. "Nós somos irmãos."

"Estou feliz em cumprimentá-lo, querido irmão", disse o líder da Igreja Russa, que teve de superar críticas de conservadores em casa, que consideram o catolicismo um desvio.

"É muito claro que esta é a vontade de Deus", disse Francisco depois que os dois homens conversaram por duas horas.

O encontro tem conotações políticas, vindo em um momento de divergências russas com o Ocidente sobre a Síria e Ucrânia.

A Igreja Ortodoxa Russa está estreitamente alinhada com o Kremlin, que por sua vez é um aliado de Cuba.

O pontífice argentino contribuiu para a reaproximação entre os Estados Unidos e Cuba depois de mais de cinco décadas de estranhamento.

O papa, líder dos 1,2 bilhão de católicos do mundo, está tentando reparar uma ruptura antiga. A Ortodoxia Oriental rompeu com Roma em 1054 D.C.

A declaração chama a Europa a manter-se fiel às suas raízes cristãs e reformula vários ensinamentos cristãos tradicionais, como a oposição ao aborto e reserva o casamento como um ato realizado entre um homem e uma mulher.

A Igreja Ortodoxa Russa assume uma posição mais forte que o Papa Francisco sobre estas questões em público, que apoia estes ensinamentos, mas muitas vezes profere um discurso que soa como algo mais "flexível".

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