Papa Francisco facilita processo de anulação de casamento na Igreja Católica

Francisco já havia declarado, como arcebispo de Buenos Aires, que metade dos casamentos celebrados atualmente na igreja são essencialmente inválidos, pois os cônjuges entram nele sem se dar conta que é um comprometimento vitalício.

Fonte: Guiame, com informações de Folha de São PauloAtualizado: terça-feira, 8 de setembro de 2015 às 21:20

 


À direita, o cardeal Francesco Coccopalmerio divulga detalhes da reforma da anulação de casamentos. (Foto: Andreas Solaro/ AFP)

 

O papa Francisco quer tornar o procedimento de anulação casamento da Igreja Católica mais simples, rápido e barato. As alterações foram divulgadas nesta terça-feira (8), por meio de um documento redigido pelo pontífice, conhecido como Motu Proprio —"de sua própria iniciativa", em latim—, divulgado pelo Vaticano.

Na carta, Francisco insiste que o casamento permanece uma união indissolúvel e que a reforma não visa ajudar a encerrá-lo, mas somente acelerar e simplificar o processo. O objetivo maior das novas regras, segundo Francisco, é "a salvação das almas".

A maior mudança no novo procedimento é que, comandada por um bispo, a anulação do casamento pode ser completada em 45 dias. Isso poderá acontecer quando o casal solicitar juntos a anulação e nenhum lado se opor a ela, ou quando as provas da invalidez do casamento tornam desnecessárias investigações adicionais.

Francisco também pediu que todas as taxas relativas à anulação sejam proteladas, exceto pelo pagamento "justo" das custas do processo. Ele já havia pedido anteriormente o fim da taxação dos processos, argumentando que os católicos tinham direito ao acesso amplo à justiça.

Ele também já havia declarado, como arcebispo de Buenos Aires, que metade dos casamentos celebrados atualmente na igreja são essencialmente inválidos, pois os cônjuges entram nele sem se dar conta que é um comprometimento vitalício.

Divórcio

O pastor Hernandes Dias Lopes aponta que o divórcio pode ser legítimo quando um cônjuge traído ou abandonado toma a decisão de romper a aliança. No entanto, o divórcio não é compulsório, mas permitido pela dureza do coração.

"É permitido pela dureza do coração, ou seja, a incapacidade de perdoar e recomeçar com novas bases o relacionamento. Porém, mesmo quando o divórcio é legítimo, não deixa de ser traumático. Doloroso para os cônjuges e ainda mais para os filhos. Os jovens devem pensar bem antes de se casarem. Um namoro turbulento sinaliza um casamento desastroso", alerta o pastor.

A decisão do Papa Francisco mostra o despreparo que a Igreja Católica tem em conduzir casais a viverem os princípios familiares básicos. O pastor Cláudio Duarte explica que, em casos de crise extrema em um casamento, é necessário haver um bom aconselhamento por parte da liderança, uma boa literatura e um trabalho de oração significativo.

"Não é o tamanho do esforço empregado que vai garantir o sucesso, e sim o esforço empregado de maneira correta", explica Duarte. "É como tentar serrar uma madeira com um serrote ou usando serra elétrica. Ambos vão funcionar, a diferença que com um método o resultado virá bem mais rápido. Muitos podem estar tentando há muito tempo de maneira errada."

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