Pastor morreu protegendo a filha em desabamento de Muzema, RJ

A pequena Clara, de 10 anos, sobreviveu ao desmoronamento e já teve alta do hospital. A esposa do pastor segue internada.

Fonte: Guiame, com informações do G1Atualizado: segunda-feira, 15 de abril de 2019 às 13:46
Cláudio Rodrigues foi a primeira das vítimas do desabamento de Muzema a ser enterrado. Ele era considerado um líder comunitário. (Foto: Reprodução/Facebook)
Cláudio Rodrigues foi a primeira das vítimas do desabamento de Muzema a ser enterrado. Ele era considerado um líder comunitário. (Foto: Reprodução/Facebook)

Já subiu para 10 o número de mortos no desabamento de dois prédios na Muzema, Zona Oeste do Rio de Janeiro e 14 pessoas ainda estão desaparecidas. No último domingo (14), foi realizado o primeiro enterro de uma das vítimas do desmoronamento.

O pastor Cláudio Rodrigues, de 40 anos, era conhecido e querido pelos vizinhos, que o citaram como um verdadeiro líder comunitário e morreu protegendo a filha, Clara, de 10 anos, que sobreviveu à tragédia. Cerca de 100 pessoas acompanharam o enterro.

"Ele ficava até 4h ajudando a comunidade a se erguer da chuva, do caos. Ele estava cansado, voltou um pouco para casa para [depois] voltar porque a comunidade ainda sofria com a chuva, com as enchentes, com os deslizamentos [de segunda-feira]”, explicou o sobrinho de Cláudio, Bruno Rodrigues.

“Morreu salvando a Clara, porque quando o prédio caiu ele fez tipo um escudo, quebrou as costelas e teve um pulmão perfurado. Mesmo perfurado ele salvou a vida da sua esposa, a Adilma, que estava presa por uma viga", acrescentou o rapaz.

A pequena Clara teve alta do Hospital da Unimed, para onde havia sido levada na última sexta-feira, dia do desabamento. Já a mulher do pastor, Adilma Rodrigues, de 35 anos, segue internada em estado grave no Hospital Lourenço Jorge.

Cláudio era vice-presidente da associação de moradores da Muzema e sobre o seu caixão, amigos colocaram a camisa do Muzema Futebol Clube, time amador no qual o pastor jogava.

As buscas continuaram no último domingo. Ao longo do dia, chegou a chover forte novamente na região, mas as equipes de resgate continuaram procurando sinais de sobreviventes e corpos das 14 pessoas que ainda estão desaparecidas.

 

 

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