A controversa peça que coloca Jesus Cristo como um transgênero e 'reconta' histórias bíblicas conhecidas está programada para ser exibida em Belfast, na Irlanda do Norte.
"O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu" - como a produção é intitulada - está prevista para ser apresentada em 15 de novembro, no 'Outburst Queer Arts Festival', em Belfast. Seu criador, que se identifica como uma mulher transgênero 'cristã praticante', diz que a peça recria histórias bíblicas com uma "inclinação diferente".
"A peça imagina um Jesus transgênero, voltando para o mundo de hoje", explicou Jo Clifford, de acordo com a BBC News. "Ela lança um sermão e conta algumas histórias muito familiares do Evangelho".
"Ela tem uma comunhão, e promove a interatividade, envolvendo pão e vinho com o público, que é realmente um gesto de solidariedade em face da morte, e ela dá uma bênção. Então, é um show muito intimista muito importante", acrescentou Clifford.
Uma visualização da peça no site festival Outburst a cita como um "ritual estranho revolucionário em que o pão é compartilhado, o vinho é bebido e histórias familiares são re-imaginadas por um Jesus transgênero".
A produção causou controvérsia considerável, quando foi encenada em 2009, com cerca de 300 manifestantes, expressando seu repúdio à peça, sob a luz de velas, fora de um teatro em Glasgow, na Escócia.
Os manifestantes cantavam hinos e carregavam cartazes com a mensagens, como: "Jesus, Rei dos Reis, Não Rainha do Céu" e "Deus: Meu filho não é um pervertido".
O pastor Jack Bell, da Igreja Batista Zion, em Glasgow, disse durante o protesto de 2009, que uma peça teatral não ousaria usar figuras islâmicas da mesma forma.
"Se esta peça tiivesse tratado o profeta Maomé da mesma forma não teria havido uma forte reação da comunidade islâmica. Mas a peça simplesmente não iria acontecer".
"Você não pode blasfemar contra Deus e usar a liberdade de expressão como uma desculpa para isso", disse Bell em 2009. "O verdadeiro cristianismo bíblico está sendo marginalizado através de correção política".
Clifford argumentou que a crítica é proveniente de pessoas que nunca realmente viram a peça e só assumem que seria ofensivo à Igreja.
"Como um cristão praticante, eu não tenho nenhum interesse em atacar a Igreja, zombar da Igreja ou em qualquer forma, ser blasfemo ou ofensivo", disse o escritor.
"Eu simplesmente quero afirmar muito fortemente, tão fortemente quanto eu puder, que Jesus dos Evangelhos, de forma alguma desejaria atacar ou denegrir as pessoas como eu".
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