A noite mais traumatizante da vida de Angel Colon, de 28 anos, foi a resposta de orações feitas por muitos anos.
Nascido e criado em Massachusetts (EUA), Angel foi um dos sobreviventes do ataque à boate gay Pulse, em Orlando, que matou 49 pessoas e deixou mais de 50 feridos — incluindo ele, que foi baleado várias vezes.
Em artigo publicado pela Charisma News, Angel diz que cresceu em um lar cristão, mas deixou sua fé de lado e passou a ter um estilo de vida que o afastava de Deus, repleto de bebidas, drogas e relacionamentos homossexuais.
“O mundo me dizia que eu era gay, que minha nova identidade estava na comunidade LGBT, mas no meu coração, eu sentia falta de adorar ao Senhor”, disse Angel. “Eu pedia ao Senhor todas as noites para fazer tudo o que fosse necessário para me libertar, para adorá-Lo novamente”.
Na madrugada de 12 de junho de 2016, a vida de Angel mudou de forma radical. No dia anterior, ele havia acordado tarde, depois de uma longa noite de “bebedeira” e “algumas doses de cocaína”.
“Essa era minha rotina diária: trabalhar, festejar, limpar [o vômito] e repetir”, conta.
Depois de ir a uma festa na casa de um amigo, Angel e seu grupo decidiram estender a noite na boate Pulse, no centro de Orlando. Até que, por volta das 2h02 (horário local), um muçulmano que havia prometido lealdade ao Estado Islâmico atirou contra as pessoas.
“Tentei correr, mas era tarde demais. No momento em que percebi que era um atirador, ele estava a apenas alguns metros de mim e mirou no meu corpo”, relata Angel. “Enquanto lutava para ficar de pé, senti um passo atrás da minha perna esquerda e ouvi um estalo alto. Meu fêmur esquerdo estilhaçou”.
Sem conseguir sentir suas pernas, Angel ficou caído no chão, presenciando a cena do massacre. “Com o caos ao redor, eu podia ouvir os tiros, os gritos, os copos e garrafas se despedaçando. Eu olhei para cima e tudo que vi foram corpos caindo, um por um. Eu não conseguia acreditar no que estava acontecendo”.
Minutos depois, o silêncio tomou conta da boate. Cercado por cadáveres, Angel chegou a consolar uma mulher que estava ao seu lado, contorcendo-se de dor. Foi quando os tiros começaram novamente. “[O atirador] não queria deixar ninguém vivo”, lembra.
“Implorei à minha vizinha para fingir que estava morta, mas quanto mais perto os tiros ficavam, mais alto ela gritava. Os passos estavam praticamente em cima de nós agora. Prendi a respiração e cobri meu rosto com a mão. ‘Pá!’ Os olhos dela se fecharam lentamente. Eu não podia acreditar que tinha acabado de testemunhar essa linda mulher morrer na minha frente”.
Angel Colon é um dos sobreviventes do massacre na boate gay Pulse de Orlando, nos Estados Unidos. (Foto: Angel Colon)
Oração profética
Enquanto ouvia o atirador atrás dele, avaliando seu próximo movimento, Angel era tomado pela certeza de que seria o próximo. Foi quando ele decidiu orar.
“Eu pedi perdão ao Senhor, que me perdoasse por falhar com Ele, por virar as costas para Ele. Eu queria estar em paz com Deus, mas naquele momento, minha oração mudou para uma profecia”, afirma.
Angel continua: “Eu profeticamente reivindiquei minha vida para o Senhor. Eu disse a Ele que não deixaria aquele prédio morto, que tinha um propósito e que Ele cumpriria todas as promessas que fez sobre a minha vida. Eu soube naquele momento que fui escolhido e Deus tinha algo grande para mim”.
“Eu prometi a Ele que iria adorá-Lo pelo resto dos meus dias. No exato momento em que disse ‘amém’, senti a bala”, ele acrescenta. “O calor inchou pelo meu abdômen e eu tinha certeza de que estava morto. Mas quando abri meus olhos, soube que o Senhor me poupou”.
O atirador, identificado como Omar Mir Seddique Mateen, foi morto por policiais no local do tiroteio e Angel foi resgatado com vida. “Tudo que eu podia fazer era agradecer ao Senhor e prometer a Ele que eu O adoraria pelo resto da minha vida”, afirma.
Hoje, quatro anos depois, Angel olha para trás e reconhece que seu pior momento o levou de volta para Deus. “A noite mais traumatizante da minha vida também revelou que Deus havia respondido aos clamores sinceros, pelos quais eu orei por anos”, destaca.
“Todas as noites, eu pedia ao Senhor: ‘Por favor, Deus, faça algo acontecer em minha vida que me faça voltar para Ti, que me faça deixar esta vida de pecado, deixar a vida de homossexualidade que eu sei que não está certa a seus olhos’. E enquanto eu orava, minha mãe orava também. Por oito anos, ela pediu fielmente ao Senhor a volta de seu filho pródigo”, revela.
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