A mãe de uma das 276 alunas de Chibok (Nigéria) que foram sequestradas pelo grupo militante nigeriano Boko Haram de uma escola pública do Estado de Borno em 2014 disse que acredita que Deus vai ajudar e ela e ao resto da sua aldeia a superar as adversidades e incertezas que eles enfrentam.
Embora as estudantes já tenham sido sequestradas pelo grupo terrorista - agora filiado ao Estado Islâmico - há mais de dois anos, apenas duas foram resgatadas até agora.
Uma mãe de Chibok, que teve sua filha de 15 anos sequestrada pela organização militante naquela noite fatídica, tornou-se a primeira mãe de uma vítima nesse caso a sair da Nigéria para falar sobre o sequestro em massa que ocorreu no país.
A mãe, que atende pelo nome de "Mary", recordou os detalhes do sequestro durante um painel de discussões, realizado em em Washington (EUA), para debater sobre a situação dos direitos humanos na Nigéria. O debate foi organizado pela Fundação 'Heritage' e organizado pelo grupo de liberdade religiosa 'Wilberforce Século 21'.
Antes do sequestro, o estado de Borno tinha fechado como muitos cerca de 85 escolas em março de 2014, devido à ameaça representada pelo Boko Haram, que se tornou notória por ser um dos grupos terroristas islâmicos mais cruéis e mortais do planeta.
Tensão
Quando as meninas de Chibok foram autorizadas a voltar para voltar às aulas, Mary disse que ela solicitou à diretora da escola - sua própria tia - que concedesse à sua filha, a permissão de voltar para dormir em casa, em vez de forçá-la a dormir nos quartos da escola. Mary temia que os insurgentes estivessem marcando o local como alvo, sendo que os dormitórios cheio de meninas indefesas.
"Ela disse, 'Não, a administração da escola não permitiu isso'. Eu disse: 'Tia, como assim, a administração da escola? Você é a administradora de escola e mais ninguém", lembrou Mary
Após a notícia de que o Boko Haram circulou pela aldeia, realizando uma incursão à meia-noite na escola e sequestrando a maioria das meninas, Mary disse que todos na cidade ficaram consternados.
"A aldeia inteira estava gritando muito. Todos nós estávamos traumatizados", explicou ela. "Vocês não fazem ideia... Tanto as mães das meninas sequestradas, como as que não foram sequestradas... todos na aldeia estavam traumatizados".
Mary, cuja filha completou 18 anos na última quarta-feira (9), disse que a diretora da escola não recebeu qualquer punição do governo. Em vez disso, Mary disse que a tia foi recompensada pelo governador do Estado de Borno, após o sequestro.
Elijah Brown, vice-presidente executivo da Iniciativa Wilberforce Século 21, que também foi um dos palestrantes no encontro, interrompeu o depoimento da mãe nigeriana e perguntou: "Então você está dizendo que o governador recompensou sua tia [diretora da escola] após este ataque?".
"Sim. Ele fez isso comprando carros e construindo casas para ela", Mary esclareceu.
Mães participam de protesto, segurando cartazes com frases, como "Bring Back our Girls" (Tragam de volta nossas garotas). A frase se tornou o lema de uma mobilização internacional. (Foto: Reuters)
Esperança
A mãe explicou que uma das meninas que foi resgatada do cativeiro do Boko Haram - e foi encontrada com um bebê nos braços - Amina Ali tem proporcionado à cidade, uma riqueza de informações sobre os outros pessoas sequestradas pelo grupo terrorista.
Mary disse que há suspeitas de que seis meninas que foram sequestradas na trágica noite de 14 abril já estejam mortas. Ela acrescentou que metade das meninas sequestradas foram forçadas a se casarem com militantes e agora estão localizadas em várias aldeias, enquanto as meninas solteiras estão localizadas na Floresta de Sambisa.
Mary pediu à comunidade internacional que ore pelas meninas sequestradas e por suas respectivas famílias.
De acordo com Maria, cerca de 15 a 20 pais / mães das meninas sequestradas foram mortas desde o rapto das jovens de Chibok.
"Nós realmente precisamos de suas orações, ara que nossas meninas sejam resgatadas", disse ela. "[Espero] que você nos ajude também a salvar as vidas das mães que estão morrendo. Nós temos muitos pais que estão muito doentes - alguns estão psicologicamente afetados, outros com problemas de coluna e não podem sequer levantar de seu leito e andar".
"Obrigado a todos que têm orado por nós. Isso é necessário e está realmente nos ajudando", ela continuou. "O Senhor todo-poderoso ... Ele vai nos atender, então vamos todos nos alegrar com que Ele fez".
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