Presidente do Egito pede perdão por ataques a dezenas de igrejas e promete reconstruí-las em 2016

Apesar de sua confissão de fé muçulmana, Abdel Fattah al-Sisi se dirigiu aos cristãos durante a missa copta, realizada na Catedral de São Marcos, em Abbasiya, pedindo perdão pela intolerância religiosa, que levou à destruição de dezenas de igrejas nos últimos dois anos.

Fonte: Guiame, com informações do Christian TodayAtualizado: quinta-feira, 7 de janeiro de 2016 às 20:08
Presidente do Egito participa de Missa para a véspera do Natal em uma igreja Copta, no Cairo. (Foto: Reuters)
Presidente do Egito participa de Missa para a véspera do Natal em uma igreja Copta, no Cairo. (Foto: Reuters)

Na última quarta-feira (6), o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, se comprometeu a reconstruir cada uma das dezenas de igrejas, instituições cristãs e casas destruídas em seu país, durante os dois últimos anos em ataques motivados pela intolerância ao cristianismo. A declaração foi dada durante a realização de uma missa para a véspera do Natal - que é comemorado na região, posteriormente o calendário ocidental.

Apesar de sua confissão de fé muçulmana, al-Sisi falou no passado sobre a necessidade de "revolucionar" o islamismo e se dirigiu aos cristãos durante a missa copta, realizada na Catedral de São Marcos, em Abbasiya. A cerimônia foi celebrada pelo chefe da igreja, o papa Tawadros II. Igrejas Ortodoxas, que seguem o calendário juliano tradicional, celebram o Natal duas semanas depois das igrejas cristãs ocidentais, que seguem o calendário gregoriano.

Grupos extremistas islâmicos ainda são influentes no Egito, apesar da derrota da Irmandade Muçulmana em 2013. Pouco depois de o ex-presidente Morsi ter sido deposto, houve um aumento da violência contra os cristãos coptas e pelo menos 65 igrejas, livrarias cristãs, escolas e conventos foram incendiados, saqueados ou destruídos, de acordo com a Missão Portas Abertas.

O Presidente al-Sisi, que no ano passado tornou-se o primeiro presidente do Egito a participar de uma missa de Natal, saudou a comunidade cristã copta e enfatizou a diversidade de egípcios, afirmando que o caminho para superar dificuldades é que todos permaneçam unidos como uma nação.

"Nesta ocasião, quero exortar a todos, que ninguém se interponha entre nós. Nada pode nos prejudicar, nem as nossas condições econômicas ou políticas. A menos que venhamos a divergir, podemos superar qualquer coisa".

Ele continuou: "Deus nos criou diferentes, na religião, forma, cor, língua, hábito, tradição e ninguém pode nos completamente iguais".

Ele admitiu que o governo deveria ter agido mais cedo para ajudar os cristãos.

"Temos tido muito tempo para corrigir e reformar igrejas que foram queimadas. Este ano será tudo resolvido. Por favor, aceitem nossas desculpas pelo que aconteceu. Se Deus quiser, no próximo ano não haverá uma única igreja ou casa que não é restaurada".

"Não vamos esquecer nunca a postura que vocês e o Papa tomaram durante este período... obrigado a todos. Feliz Natal".

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