Professor cristão que chamou aluno trans de ‘ele’ está preso há 2 semanas

O professor Enoch Burke foi preso por violar uma ordem judicial de não ensinar em sua escola, após ser suspenso por chamar um aluno por pronomes trans.

Fonte: Guiame, com informações do Irish TimesAtualizado: terça-feira, 20 de setembro de 2022 às 15:35
Enoch Burke teve liminar negada e voltou à prisão. (Foto: Captura de tela/RTÉ News)
Enoch Burke teve liminar negada e voltou à prisão. (Foto: Captura de tela/RTÉ News)

Um professor cristão que se recusou a usar pronomes de gênero neutro está preso há duas semanas em Dublin, na Irlanda, depois de ser detido em 5 de setembro por desacato ao tribunal.

Enoch Burke teve que retornar à prisão de Mountjoy na quarta-feira (14), após ter seu pedido negado em uma audiência. A juíza Eileen Roberts recusou as liminares que foram apresentadas pela defesa do professor, solicitando seu retorno ao trabalho e o fim da licença disciplinar.

Burke é professor de alemão, história e política na Wilson's Hospital School, uma escola da Igreja da Irlanda no condado de Westmeath. 

Por ser evangélico, ele se recusou a se dirigir a um aluno em transição de gênero como “elu” em vez de “ele”, o que deu início a uma disputa entre o professor e a escola. Ele foi suspenso em um processo disciplinar, mas se recusou a deixar de ir à escola para trabalhar. 

Burke foi preso por desacato ao tribunal em 5 de setembro, por violar uma liminar que o impedia de ir à escola para dar aulas.

“Súdito de Deus primeiro”

Na audiência da semana passada, a juíza alegou que Burke tem o direito de manter suas crenças religiosas, mas justifica que seu processo disciplinar não foi um ataque a essas crenças.

Após sua decisão, muitas pessoas no tribunal gritaram com a juíza e saíram em apoio a Burke, informa o site Irish Times.

A juíza Roberts deu a Burke a oportunidade de pedir desculpas por seu desacato, mas ele disse que não podia fazer isso, já que “o tribunal roubou meus direitos constitucionais”.

“Eu acho que é uma grande injustiça que o reclamante e o tribunal estejam tentando me negar as minhas crenças religiosas e tirar algo que, em última instância, é garantido”, disse. “Volto para a prisão como um súdito cumpridor da lei deste Estado sempre, mas um súdito de Deus primeiro.”

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