Promotores federais estão querendo a condenação de Dylann Roof - autor do massacre que teve motivações racistas e matou nove cristãos em uma igreja afro-americana, em Charleston, Carolina do Sul - à pena de morte. As informações foram confirmadas pelo Departamento de Justiça dos EUA, na última terça-feira (24).
"A natureza do crime em questão e os danos resultantes obrigaram esta decisão", disse a procuradora-geral Loretta Lynch em um comunicado.
Anteriormente, o julgamento já havia sido adiado para que a promotoria tivesse tempo de formular sua decisão e apresentá-la ao tribunal.
Dylann Roof, de 22 anos de idade, é acusado de ter atirado contra as vítimas no 17 de junho de 2015, durante um estudo bíblico na histórica Igreja Metodista Episcopal Africana Emanuel, de Charleston, em um massacre que abalou o país e intensificou o debate sobre as questões raciais nos Estados Unidos.
O jovem enfrenta 33 acusações federais, incluindo crimes de ódio, obstrução da religião e ofensivas com armas de fogo.
Justificativas
Em uma ação judicial, os procuradores federais citaram uma série de fatores que 'justificariam' a pena de morte para Dylan, dizendo que ele marcou especificamente suas vítimas que negras e idosas, além de não mostrar nenhum remorso após o crime. Eles também citaram fatores como o "planejamento e a premeditação substancial" do crime.
Um amigo de Roof, Joseph Meek, de 21 anos, se declarou culpado no mês passado por esconder que tinha conhecimento das intenções do assassino em realizar o ataque. Meek disse que Roof planejou sua ação criminiosa durante seis meses e queria começar uma "guerra racial".
Os advogados de Roof disseram que ele iria concordar em se declarar culpado, em vez de encarar o julgamento, se os promotores descartassem a ideia da pena de morte. O advogado de defesa Michael O'Connell não quis comentar sobre a decisão dos promotores, confirmada na última terça-feira.
Roof também pode enfrentar a pena de morte se for condenado por acusações de homicídio, separadamente, em um julgamento estadual, marcado para começar em janeiro.
O procurador da República que apresentou a ação, disse em setembro do ano passado (2015), que algumas das famílias das vítimas se opunham a uma sentença de morte, devido às suas crenças religiosas, enquanto outros acharam que a sentença seria apropriada.
Steve Schmutz, um advogado que representa famílias de três vítimas, disse que seus clientes "apoiam qualquer decisão que o governo dos EUA está tomando neste caso".
Perdão
Alguns parentes das vítimas declararam seu perdão ao assassino, durante a primeira audiência de Roof com um juiz... Quase um ano depois, as opiniões divergiam quanto à decisão sobre a pena de morte federal.
"É uma grande mensagem a ser enviada pelo governo de que isso não será tolerado", disse Kevin Singleton, cuja mãe estava entre as vítimas.
O parente de outra vítima citou a Bíblia, ao pedir que Roof passasse a vida na prisão, em vez de morrer.
Promotores federais raramente buscam a pena de morte contra os réus. Apenas três prisioneiros federais foram executados na metade do século passado e nenhum desde 2003, de acordo com o Centro de Informação da Pena de Morte.
O caso mais conhecido foi o de Timothy McVeigh, responsável por um bombardeio no edifício federal de Oklahoma City, em 1995 e que matou 168 pessoas.
Roof deve voltar ao tribunal federal em Charleston no dia 8 de junho, quando se espera que os promotores voltem a discutir a data do julgamento.
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