"Quem é a favor do aborto não tem moral para falar de direitos humanos", diz padre Pedro Stepien

Em entrevista exclusiva ao Guiame, Stepien não poupou palavras, nem conhecimento para destacar que a prática do aborto fere direitos básicos, assegurados a qualquer ser humano.

Fonte: Guiame, João NetoAtualizado: quarta-feira, 15 de abril de 2015 às 11:14

"Quem defende o aborto tem uma mente assassina". A forte declaração foi dada pelo Padre Pedro Stepien, pároco da próquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro do Lago Azul da Diocese de Luziania (GO) e diretor da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família.

A declaração do líder religioso vem em um contexto no qual a legalização do aborto tem sido ponto de divergências entre cristãos, feministas e representantes de tantas outras frentes nos mais diversos setores (social, político, econômico). O "novo" projeto de lei apresentado por Jean Wyllys na última terça-feira esquentou ainda mais esta discussão.

Pedro tem atuado contra a legalização do aborto no Brasil, junto aos movimentos por ele liderados e outros parceiros, como a psicóloga Marisa Lobo.

Em entrevista exclusiva ao Guiame, Stepien não poupou palavras, nem conhecimento para destacar que a prática do aborto fere direitos básicos, assegurados a qualquer ser humano.

Portal Guiame: Grande parte das pessoas que se posicionam a favor da legalização do aborto tentam se justificar afirmando que a vida humana só se inicia a partir de um determinado momento da gestação. Quais argumentos poderiam contrariar este conceito?

Padre Pedro Stepien: Os argumentos contrários de que a vida humana inicia na fecundação escondem os verdadeiros interesses. O fato, verdadeiramente científico, constatado pelas pesquisas no campo da Embriologia e da Genética, é de que a vida humana começa com a fecundação do óvulo pelo espermatozóide. "A fecundação é, portanto o marco inicial da vida humana individulizada", afirma Jerome Lejuene, especialista mundial em Genética fundamental. Este mesmo espesialista francês considerado Pai da Genética Moderna, que descobriu a causa do Síndrome de Down, disse: "O embrião é um ser humano, indepeendemente de sua idade, não é um 'bem' ou alguma coisa que possa ser tratado como um objeto sem vida. Assim que é concebido um homem é um homem". Outro especialista mundial, Prof. E. Blechschmidt, Diretor do Instituto de Anatomia da Universidade de Gottingen disse: "O ser humano é humano no momento em que o espermatozóide masculino fertiliza o óvulo feminino". Como estes, há outros argumentos muito fortes do campo da procriação, de que a vida começa na fecundação, na concepção. Exemplo disto é que o óvulo fecundado de um casal branco implantado no útero de uma mulher negra, vai nascer uma criança branca e o óvulo fecundado de um casal negro implantado no útero de uma mulher branca, vai nascer uma criança negra.

Guiame: O aborto tem sido apontado por representes do movimento pró-vida como um atentado aos direitos humanos. Em quais estatutos é possível se basear para fazer tal afirmação?

Pedro Stepien: O Pacto Internacional de São José de Costa Rica que o Brasil assinou no ano de 1992, fala no artigo 4, n. 1: "Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela a lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente". O artigo 4 do Código Civil Brasileiro também é claro: "A personalidade civil do homem, começa do nascimento com vida, mas a Lei põe a salvo desde a concepção os direitos dos Nascituro". O Artigo 5 da Constituição Federal garante-nos também a inviolabilidade do direito à vida. "Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo - se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, a liberdade, a igualdade, a segurança e a propriedade". Nada seria tão ilógico, tão irracional, tão incoerente, quando dizer que: "Todos os direitos do Nascituro estão garantidos. Menos o direito à vida!"

Guiame: No começo desta entrevista, o senhor sugeriu que os verdeiros interesses relacionados à legalização do aborto estariam escondidos. Em sua opinião, a quem poderia interessar, de fato, a aprovação deste Projeto de Lei?

Pedro Stepien: Interessa ao governo federal, bem como a uma parcela dos atuais parlamentares do Congresso Nacional, que fazem coro com os objetivos econômicos dos países ricos, interessados no controle populacional dos países pobres como os Fundos das Nações Unidas para a População e para a Mulher e Organismos Internacionais, como a Federação Internacional de Planejamento Familiar (IPPF), com suas filias espalhadas por 180 países, inclusive no Brasil (com o nome de Bemfam). Interessa ainda a algumas organizações não governamentais que, equivocadamente, defendem o direito da mulher de fazer o que bem entender com seu corpo, mesmo que isso signifique eliminar o corpo do outro, de uma outra individualidade, que ela carrega dentro de si, financiadas por organismos internacionais como a Fundação Ford, Fundação MacArthur e Fundação Rockefeller. Há mais de 15 anos as funções norte-americanas (Ford, Rockefeller, Mac Arthur e outros) estão financiando no Brasil ONG feministas e defensoras da legalização do aborto. Recebem dinheiro de sangue para matar futuro do Brasil que são as nossas crianças. A Conferência Global "Marie Stopes International" sobre aborto seguro, realizada em Londres, em outubro 2007 fixou as estratégias para coordenar a agenda anti-vida. A ideia era forçar a realização e legalização do aborto em todos os países do planeta até 2015. Inglaterra e Holanda apoiam financeiramente este plano para reduzir o crescimento da população do terceiro mundo, principalmente da América Latina. Este plano anti-natalista garantirá a continuação da dominação econômico-politico-demográfica do primeiro mundo sobre o terceiro. A legalização do aborto faz parte, portanto, desta política vergonhosa de imperialismo demográfico, com a qual o nosso governo federal é conivente e colabora, deixando que o Brasil continue dependente dos interesses do capitalismo internacional. O próprio ministro Temporão, entrevistado em abril de 2007, no programa "Roda Viva", confirmou que para implantar o aborto na rede pública, não faltará a ajuda internacional", ou seja: Haverá verbas internacionais para matar brasileiros no ventre da mãe, mas não haverá para a saúde do povo. Já no ano de 2012 governo brasileiro declarou, através do Secretário de Atenção à Saúde (do Ministério da Saúde), Helvecio Magalhães, que : "O Sistema de Saúde brasileiro passará a acolher as mulheres que desejam fazer aborto e orientá-las sobre como usar corretamente os métodos existentes para abortar. Centros de aconselhamento indicarão quais são, em cada caso, os métodos abortivos mais seguros do que outros".

Guiame: O senhor citou interesses políticos e internacionais sobre a legalização do aborto no Brasil. Mas e quanto à sociedade brasileira? O senhor acredita que esta aprovação seria de grande interesse geral dos cidadãos?

Pedro Stepien: Tudo isto é uma vergonha para a nação e para seus eleitores que votaram em governantes que, se aqui não estivesse envolvido um genocídio, estariam se submetendo ao ridículo ao se oferecerem com tanta ingenuidade para desempenhar publicamente o papel da mentira e da hipocrisia. Obviamente não é o governo brasileiro que entende que orientar a mulher sobre como praticar o aborto não é crime, mas é a Fundação Rockefeller e seus associados que assim o entendem, e que o querem impor. Utilizam e escondem-se atrás do governo brasileiro. Eleitos para representar o povo, nossos governantes são docilmente manobrados por organizações internacionais que tem outra agenda a cumprir, e que não se importam, para atingir suas metas, não apenas em não respeitar povos e nações, mas em editar o próprio conteúdo dos Direitos Humanos. A promoção do aborto é um atentado criminoso contra o mais fundamental dos direitos humanos. Promover o aborto é promover o homicídio de vidas inocentes. Pela preservação da democracia, vida dos inocentes deve ser defendida. Se não, perde se o sentido da decência, e da democracia. Um país que legaliza aborto trai a democracia e se torna totalitário. Lei que tira vida dos inocentes e indefesos é lei tirânica. Pessoa que é a favor do aborto já perdeu moral. Pessoa que é a favor do aborto não tem moral falar dos direitos humanos. Quem defende o aborto tem mente assassina. O aborto é a matriz da violência do mundo.

 

 

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