O reitor de um centro acadêmico em Florença, na Itália, está propondo eliminar a menção à palavra "Natal" em busca de maior inclusão.
Renaud Dehousse, que preside o Instituto Universitário Europeu na cidade de Fiesole, fez a proposta como cumprimento das diretrizes do "Plano de Igualdade".
Segundo o La Nazione, o objetivo da proposta é substituir as tradições próprias da data, como feiras, apresentações e a troca de presentes, que acontecem em função das celebrações de 25 de dezembro, no sentido de serem renomeadas para evitar quaisquer referências cristãs.
A ideia foi duramente criticada por algumas personalidades políticas locais.
“Esta decisão, se confirmada, parece completamente fora de lugar e demonstra uma falta de respeito pelas tradições italianas e pelo profundo significado que o Natal tem para muitas pessoas”, declarou a vereadora metropolitana de Fratelli d’Italia, Alessandra Gallego.
Também representante municipal de oposição na cidade de Fiesole, ela convidou “todas as instituições e pessoas de bom senso a se oporem a tais decisões que minam nosso patrimônio cultural e religioso”.
A eurodeputada da Liga Susanna Ceccardi se manifestou na mesma linha.
“O presidente do Instituto Universitário Europeu de Fiesole quer ‘renomear’ o Natal, eliminando as referências cristãs”, escreveu eu seu perfil do X (antigo Twitter).
Il presidente dell’Istituto universitario europeo di Fiesole vuole ‘rinominare’ il Natale, eliminando i riferimenti cristiani. Significa cancellare la nostra identità, seguendo un pensiero ‘politicamente corretto’ che mira a cancellare i tratti distintivi della nostra civiltà in… pic.twitter.com/4DVaOYUACE
— Susanna Ceccardi (@SusannaCeccardi) October 24, 2023
“Significa apagar a nossa identidade, seguindo um pensamento ‘politicamente correto’ que visa apagar os traços distintivos da nossa civilização em nome de um alegado respeito por outras culturas”.
E finalizou: “Mas não pode haver respeito pelos outros se não aprendermos a respeitar-nos antes de mais nada.”
‘Igualdade de gênero e inclusão’
De acordo com Renaud Dehousse, “por cerca de um ano, estamos em uma política para promover a igualdade de gênero e a inclusão. O Comitê Operacional que organiza as iniciativas de Natal convidou nossos órgãos a refletir sobre esse evento, sobre o qual, no momento, não há nada decidido ainda".
Ele diz também que o Instituto, financiado pela União Europeia (UE), “afirma o papel da instituição secular e lembra que questões semelhantes já foram abordadas em organizações acadêmicas ‘sem tanto clamor’. No entanto, o caminho para a renovação está traçado”.
‘Respeito surge não da eliminação’
A controvérsia atual está se tornando cada vez mais intensa. De tempos em tempos, surge um apelo para abolir o Natal, os símbolos cristãos e as representações de Cristo crucificado, sob a justificativa de promover o respeito por diversas práticas religiosas e culturais. No entanto, há opiniões divergentes dessa abordagem.
Gabriele Toccafondi, líder do grupo do partido Itália Viva na Câmara Municipal de Sesto Fiorentino, faz eco a essa discordância, argumentando que não se preserva nossa história, cultura e fé, elementos que nos distinguem, ao eliminar tais símbolos.
Ele acredita que o respeito surge não da eliminação ou ocultação, mas sim do diálogo honesto, onde expressamos quem somos e ouvimos as perspectivas dos outros.
O grupo Fratelli d’Italia na região, representado por Francesco Torselli, também se pronunciou sobre o assunto.
Ele sugeriu o seguinte: "Se o professor Dehousse está, de fato, considerando a abolição do Natal, gostaríamos de convidá-lo a reconsiderar sua posição, talvez fazendo um passeio pelas paisagens maravilhosas que abrigam a universidade que ele agora é chamado a liderar. Desde as colinas de Fiesole até Florença, ele descobriria que toda a beleza ao seu redor é permeada por profundas referências ao cristianismo, que, acredite ou não, desempenhou um papel vital ao longo de dois mil anos na história, cultura, arte e arquitetura europeias."
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