No último domingo (20), três pessoas morreram e várias ficaram feridas no nordeste da Síria, depois que um homem-bomba - que poderia ser filiado ao Estado Islâmico - atacou uma cerimônia cristã, realizada pelos assírios. O encontro tinha o propósito de relembrar o massacre sofrido pelos cristãos, há mais de um século.
O atacante suicida detonou seu cinto de explosivos, quando foi parado por forças de segurança locais ao tentar entrar na sala onde as pessoas estavam reunidas para a cerimônia, na cidade de Qamishli, segundo a AFP.
Durante o ataque, Moran Mor Ignatius Aphrem II, o patriarca da Igreja Ortodoxa Síria, estava dirigindo a cerimônia para relembrar o 101° aniversario do genocídio Otomano contra os armênios e assírios de Qamishli, conforme relatou o jornal 'MassiPost'.
Um fotógrafo da AFP, que participou do evento, disse que ouviu a explosão e viu pedaços de carne caindo ao lado de carros danificados.
Os três mortos no ataque eram membros de Sotoro - uma milícia cristã baseada no nordeste da Síria. Vários civis ficaram feridos. Acredita-se que o Patriarca Ignatius seria o alvo do ataque, de acordo com relatórios.
Qamishli é povoada principalmente por cristãos e curdos, e tem testemunhado vários atentados suicidas, sendo muitos deles, promovidos pelo Estado Islâmico. A cidade é controlada pelas milícias e combatentes curdos pró-governo.
Duas semanas atrás, a Alemanha reconheceu o genocídio assírio e armênio, que teve lugar entre 1915 e 1918, tendo como alvo os súditos cristãos do Império Otomano e matou 750.000 assírios, 1,5 milhão de armênios e gregos pônticos 500.000.
Contexto
O Estado Islâmico é uma ramificação da Al-Qaeda e quer estabelecer um califado na região do Levante e em outros territórios. O grupo terrorista ganhou o controle sobre grandes áreas de territórios na Síria e no Iraque, e está buscando expandir seus domínios. Cristãos e outras minorias estão entre seus principais alvos.
No entanto, no Iraque, o Estado Islâmico já perdeu quase metade do território que antes mantinha sobre seu domínio, desde que varreu o país em junho de 2014.
Em suas publicações de língua inglesa no ano passado, o grupo terrorista sunita tentou justificar sua barbárie, dizendo que capturar e forçar as mulheres "infiéis" à escravidão sexual "faz parte dos mandamentos islâmicos".
"Antes Shaytan [Satanás] revela suas dúvidas para os fracos de espírito e de coração. Deve-se lembrar que escravizar as famílias da kuffar [infiéis] e tomar as suas mulheres como concubinas é um aspecto firmemente estabelecido da lei Sharia, da qual se alguém negar ou zombar, também estaria negando ou zombando dos versículos do Corão e da narraçãodo Profeta [Maomé] ... e apostatando, assim, do islamismo", declarou o grupo em sua revista de propaganda, 'Dabiq'.
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