No último sábado (06), quatro mulheres afegãs foram encontradas mortas dentro de uma casa que fica na cidade de Mazar-i-Sharif, no norte do Afeganistão. A notícia foi divulgada pelo próprio Talibã, grupo terrorista que comanda o país desde agosto.
As mulheres têm sido o principal alvo de perseguição e represálias pelo regime extremista islâmico. Até agora, dois suspeitos foram detidos, de acordo com Qari Sayed Khosti, do Ministério do Interior.
As afegãs foram identificadas como ativistas de direitos humanos. Entre as vítimas estava a professora de economia, Frozan Safi, de 29 anos, defensora dos direitos das mulheres.
Frozan foi encontrada na casa com o rosto desfigurado por tiros. Ela estava desaparecida há cerca de duas semanas, de acordo com informações do The Guardian. Khosti disse que a família não quer falar com a imprensa.
Sobre os assassinatos
“Os detidos admitiram no interrogatório inicial que convidaram as mulheres para a casa. Novas investigações estão em andamento e o caso foi encaminhado ao tribunal", disse Khosti.
Uma fonte disse em anonimato que elas receberam uma ligação e acreditaram que era um convite para um voo de evacuação. Elas foram levadas por um carro pensando que, finalmente, fugiriam do país, mas se tratava de uma emboscada.
Situação das mulheres no Afeganistão
Conforme a BBC, moradores informaram que as mulheres assassinadas eram amigas e foram sequestradas perto do aeroporto da cidade, que é capital da província de Balkh.
Desde meados de agosto, várias ativistas realizam protestos frequentes em todo o país contra os talibãs, em exigência da restauração e proteção dos seus direitos.
O município de Cabul ordenou que todos os cargos exercidos por mulheres no governo da cidade fossem atribuídos a homens e o regresso à escola é exclusivo para os rapazes.
As mulheres são ainda obrigadas a usar burca nas ruas e não podem circular sem um acompanhante, geralmente um familiar do sexo masculino.
O país vive um caos
O Talibã, que chegou ao poder no Afeganistão em agosto após uma guerra de 20 anos contra o governo anterior apoiado pelos EUA, é um movimento islâmico extremamente conservador.
Sob seu último governo, as mulheres não podiam participar da vida pública. Desde seu retorno ao poder, muitos ativistas de direitos humanos fugiram do país.
Alguns dos que permaneceram protestaram nas ruas de Cabul, a capital, para exigir o respeito por seus direitos e que as meninas pudessem frequentar escolas públicas secundárias.
Os combatentes do Talibã reprimiram alguns dos protestos e o governo ameaçou prender jornalistas que cobrissem as manifestações não autorizadas.
No entanto, os líderes do movimento insistem que seus combatentes não têm permissão para matar ativistas e prometeram punir aqueles que o fizerem.
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