Trump é pressionado a condenar abusos de liberdade religiosa em negociações com a China

Comissão de Liberdade Religiosa dos EUA solicita que a liberdade religiosa também seja discutida nas negociações com a China.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: segunda-feira, 13 de maio de 2019 às 15:42
Presidente americano Donald Trump em reunião com o vice-primeiro ministro chinês Liu He na Casa Branca. (Foto: Casa Branca/Shealah Craighead)
Presidente americano Donald Trump em reunião com o vice-primeiro ministro chinês Liu He na Casa Branca. (Foto: Casa Branca/Shealah Craighead)

Uma comissão do Congresso dos Estados Unidos requisitou o governo Trump a trazer para as negociações comerciais com a China a questão da perseguição aos cristãos e outras minorias religiosas no país.

A Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF), que inclui três líderes evangélicos envolvidos com a Casa Branca, pediu que o governo discuta a perseguição da China aos cristãos, muçulmanos uigures e outras minorias com o vice-primeiro-ministro chinês e negociador do país, Liu He, em sua visita aos EUA.

“A brutal campanha do governo comunista chinês para ‘chinizar’ todas as religiões é um dos piores abusos da liberdade religiosa que acontece hoje”, disse o comissário Gary Bauer. “Durante as conversas sobre nossa relação comercial com a China, a perseguição religiosa e os direitos humanos devem estar sobre a mesa”.

A rodada de negociações comerciais entre a China e os EUA terminou em Washington sem um acordo aparente entre as delegações. A tensão comercial se intensificou na sexta-feira (10), quando os americanos elevaram as tarifas de 10% para 25%, sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses.

Em resposta, a China anunciou nesta segunda-feira (13) que planeja impor tarifas sobre US$ 60 bilhões em produtos americanos.

A USCIRF e outros defensores da liberdade religiosa há muito pedem que o governo americano inclua preocupações com a liberdade religiosa como parte das discussões comerciais dos EUA com a China e outros países, apelando a violações da liberdade religiosa.

Em um evento no Capitólio na semana passada, Bauer disse que as negociações comerciais com a China deveriam ser mais do que apenas “tarifas e empregos”, mas também garantir que o povo chinês tenha liberdade de culto.

“Esse é o direito de todo homem e mulher, muçulmano ou budista, cristão ou Falun Gong, de cultuar como achar melhor”, disse Bauer. “No momento em que as vidas e liberdades de milhões de chineses estão sob ataque de seu próprio governo, devemos colocar a liberdade religiosa e os direitos humanos na agenda também”.

Histórico de perseguição

Nos últimos 20 anos, a China tem sido rotulada como um dos países que promovem as mais severas violações de liberdade religiosa pelo Departamento de Estado dos EUA.

Em seu relatório anual de 2019, a USCIRF pediu que o governo Trump direcionasse sanções contra oficiais chineses que perpetram ou toleram violações à liberdade religiosa. Um deles é o secretário do Partido Comunista da região de Xinjiang, Chen Quanguo, que foi responsável pelas violações cometidas contra os budistas no Tibete.

“Se fôssemos classificar os países de nível 1 [de preocupação], a China estaria em uma categoria à parte”, disse Bauer no lançamento do relatório da USCIRF.

Em março, o embaixador dos EUA para a Liberdade Religiosa Internacional, Sam Brownback, denunciou os abusos do governo chinês contra os cristãos. “Parece que o governo chinês está em guerra com a fé. É uma guerra que eles não vão ganhar”, disse em discurso.

Na tarde de sexta (10), o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, se reuniu com membros da USCIRF e disse no Twitter que o governo Trump defenderia a liberdade religiosa.

“Ótimo encontro com a Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional hoje  com John Bolton. Obrigado à Comissão por seus esforços para destacar a situação dos muçulmanos rohingyas e uigures. O presidente e nosso governo sempre irá se levantar pela liberdade religiosa”, escreveu.

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