Votação sobre casamento gay é adiada pela ausência de senadores

O projeto de autoria da senadora Marta Suplicy seria votado na última terça-feira, porém não teve quorum.

Fonte: Guiame, com informações d'O GloboAtualizado: quarta-feira, 6 de dezembro de 2017 às 14:13
Senadora Marta Suplicy. (Foto: O Globo)
Senadora Marta Suplicy. (Foto: O Globo)

A votação sobre o projeto de lei que reconhece legalmente a união estável entre pessoas do mesmo sexo, que aconteceria na última terça-feira (5), teve de ser adiada novamente e, dessa vez, por falta de quorum.

O projeto de autoria da senadora Marta Suplicy (PMDB - SP) modifica o atual texto do Código Civil Brasileiro, que reconhece como casamento, apenas a união entre homem e mulher, para configurá-lo como apenas "uma união entre duas pessoas", sem especificações de gênero.

"Isso nada mais é, em substância, que garantir o exercício da cidadania por quem quer que legitimamente o pretenda, seja qual for sua orientação sexual", defendeu a senadora no texto do projeto original.

Durante a sessão da última terça, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) apresentou emendas nas quais solicitava a inclusão do termo "civil" após a palavra "casamento".

"Aqui nós temos que regular a parte civil, não a religiosa", destacou o líder do PPS no Senado durante a sessão plenária. Apesar da argumentação de Buarque, sua emenda foi rejeitada.

O projeto também prevê outras alterações no Código Civil, como a retirada de especificações de gêneros como "homem", "marido" ou "mulher".


Ameaça à liberdade religiosa

Vendo a pouca quantidade de parlamentares presentes para votar, o senador Magno Malta (PR - ES) pediu a verificação de quorum e posteriormente pediu a palavra em plenário para questionar a relevância da votação.

"Isso aqui não é uma picuinha entre evangélicos e homossexuais ou quem acredita em casamento entre homossexuais. Muito pelo contrário. Nós somos uma nação majoritariamente cristã", afirmou.

Falando sobre a rejeição da emenda de Cristovam Buarque, Malta destacou o perigo da amplitude do projeto em continuar não especificando a proteção à liberdade de crença.

"A lei é um convite à interpretação. Quando você deixa brecha, qualquer juiz de Primeira Instância ou qualquer promotor, pode muito bem obrigar um sacerdote que não tem esta obrigação, e processá-lo, se não quiser fazer o casamento de dois homens ou duas mulheres... nós, que acreditamos na Família tradicional, macho e fêmea como Deus os criou", disse.

"A Constituição Federal reconhece o casamento de homem com mulher. Temos que respeitar, mesmo sabendo que o mundo mudou, mas Deus não mudou”, acrescentou Magno Malta em plenário.

O projeto continua na pauta de votações prevista para esta semana. Entretanto, ainda não existe definição sobre nova inclusão em ordem do dia.

 

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