Bispo Romualdo Panceiro: das trevas à luz

Bispo Romualdo Panceiro: das trevas à luz

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:12

Ele passou fome, se envolveu com as drogas, era endividado e constantemente humilhado. Tornou-se uma pessoa fraca e perdida. Mas, o verdadeiro encontro com Deus lhe deu forças para livrar-se de todos os males. Hoje, através da Palavra Divina, mostra a milhares de pessoas que pela fé no Senhor Jesus é possível ter a vida de qualidade prometida por Deus.

Romualdo Panceiro nasceu no Estácio, região central do Rio de Janeiro. Filho de José da Silva e Maria Luiza, teve uma infância tranquila, juntamente com seu irmão gêmeo e uma irmã. O pai, funcionário do governo estadual, dava à esposa e aos filhos boas condições de vida. Porém, de repente, passou a quebrar tudo dentro de casa e as coisas começaram a mudar. "O meu pai ficou louco da noite para o dia. Ele era muito gente boa, mas tornou-se agressivo, nervoso", relembra o bispo, acrescentando que várias vezes a polícia era chamada e levava seu José vestido com camisa de força. Porém, quando ele voltava, a situação se repetia. Um juiz chegou a dizer que seria melhor dona Maria Luiza se separar do marido, pois ela e as crianças corriam o risco de serem mortos. "Tínhamos medo. Chegamos a dormir duas vezes na praça. Em uma de suas crises, meu pai me pegou pelo pescoço e estava me enforcando. Ele me colocou no alto para me matar. Consegui fugir pulando pela janela", conta o bispo.

A fome

A separação foi inevitável. Longe do marido e com três filhos ainda pequenos para criar, dona Maria Luiza, que antes tinha empregados e fartura na mesa, foi morar de favor e trabalhar como empregada doméstica. Com muito sacrifício, conseguiu montar uma nova casa, mas veio uma enchente e levou tudo. A vida da família transformou-se em um inferno, cheia de privações e necessidades. Ela dizia não aguentar aquela situação e buscava ajuda em uma casa de encostos, mas nada mudava.

Seu José, 10 anos após a separação, morreu de câncer. Quase na mesma época, Romualdo foi para o Exército, porém, nem mesmo o ritmo militar conseguiu impedí-lo de se envolver com as drogas. "Comecei a usar cocaína e maconha. Subia o morro atrás das drogas. Depois, comecei a trabalhar, mas tinha muitos problemas financeiros. Levava marmita, às vezes apenas com um pouquinho de arroz. Quando ia almoçar, comia escondido, com vergonha", lembra emocionado. E conta mais: "Na hora do almoço eu andava pelo quarteirão da empresa onde trabalhava procurando uma moedinha para comprar um pão para acabar com a minha fome. Cheguei a ficar 2 dias sem comer, mas para as drogas eu sempre dava um jeito". Romualdo estava endividado, com o nome sujo e, para completar, fora rejeitado pela namorada, fato que o deixou arrasado. Do outro lado, sem dinheiro para suprir até mesmo as necessidades básicas, a "mãezinha" (como era carinhosamente chamada pelos filhos) sofria vendo a família toda em péssima situação. Tudo era racionado. As contas da casa viviam atrasadas e ela, sempre doente.

O convite

Em meio a tanta turbulência, Romualdo se viu desesperado. Foi quando uma de suas colegas de trabalho o convidou para conhecer o trabalho da Igreja Universal do Reino de Deus. Ele, mesmo sendo frequentador de uma casa de encostos, aceitou o convite. "Naquele dia, entrei na igreja e senti uma paz muito grande. Fui algumas vezes, mas depois não voltei mais. Me lembro que cheguei a falar com  Deus que eu era a pessoa mais infeliz do mundo", relata com os olhos cheios de lágrimas. O moço que nasceu em bom berço não tinha sequer uma camisa para trabalhar. A calça única era surrada e suja, o sapato, furado e, de tanto usar cocaína, já não dormia.

Dona Maria Luiza continuava a buscar um caminho para mudar aquela situação. Certo dia, ela ouviu no rádio a programação da IURD e decidiu participar de uma reunião. Não parou mais. Começou a fazer a corrente da família e sempre levava uma foto do filho. Um dia, chegando em casa, viu que ele estava na janela, chorando, e aproveitou para dizer que ali, pertinho de onde moravam, havia sido inaugurada uma IURD. Ele lembrou-se da paz que havia sentido na primeira vez que fora à igreja e decidiu ir novamente. Com o casaco emprestado do irmão, a velha calça e o sapato furado, foi recebido por um obreiro e pôde desabafar com ele suas angústias. Dali em diante, sentiu cada vez mais fome, porém, não se tratava da fome física, mas sim, fome e sede de conhecer o Senhor Jesus.

Fez todas as correntes e frequentava a igreja todos os dias, porém, o verdadeiro encontro com Deus só veio em uma reunião especial no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. "Embora eu frequentasse a Igreja, ainda não tinha tido uma verdadeira experiência com Deus. Naquele dia, abri meu coração, comecei a chorar e a falar com Deus. Ali eu conheci o Senhor Jesus. Foi o dia mais feliz da minha vida" comemora.

A vitória

Após 6 meses na IURD, Romualdo conseguiu quitar todas as dívidas e limpar seu nome. Ele lembra que não foi fácil: "Cheguei a ir a pé para a igreja, mesmo depois de ter tido um encontro com Deus. Mas eu já não era oprimido e tinha a certeza de que Deus estava comigo". O rapaz que chegou à igreja sujo e envergonhado agora se destacava profissionalmente e, apesar da pouca instrução acadêmica, era promovido constantemente. Passou a ler a Bíblia, obedecer a Palavra de Deus e a ser fiel nos dízimos e nas ofertas. Convidava os companheiros de trabalho que estavam com problemas para ir à igreja e falava de sua transformação. As vitórias foram inevitáveis. Com uma vida correta, foi chamado ou, como ele diz, ‘escolhido’, em 1986, para fazer a obra de Deus.

Hoje, o bispo Romualdo Panceiro, um homem que experimentou o sofrimento, a dor e a angústia, pode indicar aos que buscam uma transformação de vida o caminho correto. "Eu era muito complexado. A exemplo de muita gente, tinha medo de morrer, de ser preso e achava que jamais seria alguém. Mesmo querendo, não podia ir adiante, não me achava capaz. Com tudo isso, quem poderia imaginar que Deus me escolheria? Com tanta gente no mundo, Ele escolheu logo o mais fraco", declara.

Em uma de suas reuniões no Templo Maior em São Paulo, após ter vencido todos os seus complexos, o bispo prega: "Se você se considera o menor de todos, saiba que Deus escolheu você."

A família

Foi também na IURD que o bispo Romualdo conheceu sua esposa, Márcia. Foi ao lado dela que ele pôde encontrar o verdadeiro sentido de um relacionamento, através de uma união alicerçada na Palavra de Deus. "Vivemos um para o outro, unidos no amor e na fé e trabalhando em prol da obra de Deus", afirma Márcia. A "mãezinha", dona Maria Luiza, hoje vive feliz e se orgulha do filho: "Ele sempre foi uma boa pessoa e de excelente caráter, mas sofreu muito na vida. Hoje eu o vejo como um vitorioso, um homem íntegro, respeitador, sincero, honesto. Em resumo, um grande homem de Deus", festeja.

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