Entre a cruz e a espada

Entre a cruz e a espada

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:14

“Quando eu cheguei à Igreja,  há 17 anos, vinha de um relacionamento onde eu era espancada. Apanhava muito do pai do meu filho, meu marido na época. Era um casamento feito por consequência de uma paixão e irresponsabilidade de adolescente.” Este é um pequeno relato da vida de Marina Teixeira , uma jovem de 37 anos que gosta de se vestir bem e faz questão de ter em seus colares, anéis e pulseiras a marca registrada de sua presença.

Hoje, seus saltos altos, cabelos vermelhos à altura dos ombros e um jeito todo elegante de se vestir, faz dela uma pessoa especial, não apenas pelos seus apetrechos exteriores, que fazem a mulher se sentir com poderes particulares, mas pelo fato de ser determinada e corajosa.

  Marina, assim como muitas mulheres, era mais uma vítima de violência doméstica no Brasil. “Levei a primeira surra do meu marido aos 16 anos, 1 mês depois de casar. Foi quando descobri que ele usava drogas e que estava grávida de um viciado que me batia todos os dias”, indigna-se. E desta forma, em meio aos hematomas de uma vida de solidão a dois, ela decidiu comprar uma briga consigo mesma e com a sua falta de coragem, após o marido fazer-lhe escolher entre a fé em Cristo e ele. Marina não titubeou. Convicta do que queria, ela pegou o filho, de apenas 4 anos na época, e foi em busca do nada, abandonando 6 anos de sofrimento ao lado daquele que um dia jurara felicidade. Sua única certeza era a mesma que lhe fazia crer nas promessas divinas de que um dia teria a vida transformada.

  Então, já na Igreja e fazendo as correntes de oração, Marina praticava sua fé de um modo que a fez esquecer a pessoa triste que era; do período em que, além de ser ameaçada de morte constantemente, apanhava e tinha em seu corpo e pensamentos as marcas escuras dos ferimentos. “Já havia tentado o suicídio, mas não obtive sucesso. Estava cheia de enfermidades, infeliz e depressiva. Mas quando cheguei à IURD me entreguei de verdade a Jesus. Até levei o pai do meu filho comigo que, assim como eu, teve a oportunidade de mudar de vida, mas ele não quis”, explica.

  Anos depois da separação, Marina foi a primeira a ver o corpo do ex-marido, assassinado por traficantes. Durante este período, ela participou de várias reuniões, mas foi na Terapia do Amor que aprendeu a esperar e, depois de 11 anos sozinha, encontrou aquele a quem se refere como sendo o amor de sua vida.

Casada há 6 anos, ela vê em Erik Teixeira a pessoa que sempre buscou, sem ao menos ter lhe conhecido antes. E acredita que foi a confiança em Deus que lhe proporcionou e proporciona tal felicidade, que nem de longe a faz remeter-se ao passado e reviver os terríveis momentos pelos quais passou. “Não gosto nem de lembrar”, rejeita Marina, com uma simbólica careta de quem sabe de onde veio e para onde nunca mais quer retornar.

  Apesar disso, como se não bastasse, se a alma de Marina estava livre do passado, seu corpo passou a reter um excesso de peso desnecessário, com um acúmulo de 104 quilos de uma barreira enorme que a encobria (veja foto ao lado). No entanto, foi no casamento que Marina reuniu tudo o que precisava para perder 43 quilos da parede opaca que escondia toda a sua beleza, personalidade e autoestima.

  O marido Erik é considerado o complemento de uma vida de orações e fé. Descolado ele, sofisticada ela, equilibrados ambos, os dois ajudam outros jovens que, assim como eles, encontram na fé em Cristo a solução para os seus dilemas. O casal, exemplo de testemunho espiritual e sentimental, evangeliza, ora e atende garotos e garotas que chegam diariamente à Igreja, trazendo consigo marcas provocadas pelos vícios nas drogas, prostituição, desprezo da família e outros problemas.

  E, assim, quando lhe perguntam sobre como ela própria se vê hoje, Marina se compara a Rute, personagem bíblica, que conseguiu dar a volta por cima depois de aceitar o mesmo Deus de sua sogra, Noemi (Leia Rute 1:1-22). “Sai da esterilidade, da escassez, e posso dizer que possuo uma vida abençoada. Eu não era nada, mas hoje, juntamente com meu esposo, somos ganhadores de almas para o Senhor Jesus e podemos ver muitos frutos de nossa união e dedicação à obra de Deus”, alegra-se, garantindo que se é feliz agora, é porque fez a escolha mais correta de sua vida: assumir com coragem e ousadia a fé que fez mudar a sua história.

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