"O aborto nunca poderia ser traduzido em nossa língua", diz militante pró-vida ningeriana

A nigeriana Obianuju Ekeocha explicou que o conceito de que "privar as mulheres africanas do direito ao aborto é um tipo de neocolonialismo" caracteriza uma distorção da realidade e destacou que a prática é abominada pela maioria das culturas africanas.

Fonte: GuiameAtualizado: sexta-feira, 6 de maio de 2016 às 15:06
Obianuju Ekeocha é militante pró-vida e ajuda mulheres grávidas, mães solteiras, vítimas de estupros a terem uma opção além do aborto e do ostracismo em seu país. (Imagem: Youtube / Reproduçã)
Obianuju Ekeocha é militante pró-vida e ajuda mulheres grávidas, mães solteiras, vítimas de estupros a terem uma opção além do aborto e do ostracismo em seu país. (Imagem: Youtube / Reproduçã)

O vídeo de um debate entre uma parlamentar dinamarquesa licenciada e uma ativista pró-vida nigeriana está ganhando força viral nas mídias sociais. O registro foi feito durante um painel de discussões do evento "Melhores Práticas para a Saúde Maternal na África", realizado pela ONU, em Nova York, no dia 17 de março (2016).

Obianuju Ekeocha - que tem buscado acolher mulheres grávidas na Nigéria e tornou-se uma ávida militante pró-vida - foi questionada pela dinamarquesa Mette Gjerskov sobre a possibilidade de "privar as mulheres africanas do direito sobre os seus próprios corpos" - referindo-se especificamente ao direito de abortar - tornar-se uma nova forma de "colonização".

"Me senti um pouco provocada pela ideia de neocolonialismo. Sendo da Europa, claro, isso me afeta. Então, eu gostaria de compartilhar, porque já estive na África e sei que lá existem países diferentes. [...] Falei para muitas mulheres africanas e aquilo que aprendi por ter vindo de uma sociedade colonialista é: 'não cause danos'. Permita às pessoas, tomarem suas próprias decisões", disse .

Ekeocha explicou que o conceito apresentado por Gjerskov é uma distorção e não traduz a verdade sobre a disseminação da cultura do aborto na maioria dos países africanos.

"Eu sou de uma tribo chamada Igbo, na Nigéria. Se eu tentar traduzir em minha língua em minha língua, o que significa 'uma mulher escolher oque fazer com o seu corpo', não conseguiria. A maioria das línguas nativas africanas nem sequer têm uma forma de interpretar 'aborto", afirmou a nigeriana, explicando que a prática chega a soar como algo absurdo em sua cultura.

Clique no vídeo abaixo para conferir este trecho do debate:

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