"Vou deixar um talento que Deus me deu para ficar preso em um contrato?", questiona Aposan

Em entrevista exclusiva ao Guiame, Aposan dispensou formalidades e falou sobre a maneira como encara a relação entre música e espiritualidade, além de comentar a sua saída da banda Oficina G3.

Fonte: GuiameAtualizado: quinta-feira, 21 de agosto de 2014 às 13:21
Alexandre Aposan: "Deus me deu este talento para levar a Palavras através dos tambores"
Alexandre Aposan: "Deus me deu este talento para levar a Palavras através dos tambores"

Na noite da última terça-feira, 19/08, a Igreja Evangélica Verbo da Vida, no bairro do Benfica, em Fortaleza (CE) recebeu o baterista Alexandre Aposan para a realização de um workshop, apresentando técnicas e novidades em equipamentos.

O evento contou com a organização da Nobre Music e também com a participação de bandas / músicos convidados para abertura, como o guitarrista Flavinho Souza (convidado pelo baterista Samuka Rodrigues) e a banda Anexo, que tiveram a oportunidade de se apresentar com os seus trabalhos autorais.

Aguardado por todos naquela noite, Aposan abriu o seu workshop, tocando ao lado de um grande amigo: o jovem baixista Michael Lima - mais conhecido como "Pipoquinha" - que também participou do DVD de Alexandre, "Entre Irmãos".

Em entrevista exclusiva ao Guiame, Aposan dispensou formalidades e falou sobre a maneira como encara a relação entre música e espiritualidade, além de comentar a sua saída da banda Oficina G3.

Segundo ele, os seus workshops não mudam completamente de formato, conforme o público para o qual se apresenta. A ideia de que "música é sempre música, em qualquer lugar" acaba sendo um dos fatores que dá a tônica do projeto.

"Aqui no Brasil que a gente tem esta concepção errada sobre música, ou seja, 'música para quem é da igreja, para quem não é da igreja'. Música é música e hoje eu vou tocar desde o Fusion (música instrumental) até o Rock'n Roll, músicas que toque com o Oficina G3 durante oito anos; tocar um pouco de Black Music, que também tem no meu DVD, como Coral Resgate, Paulo César Baruk, Pregador Luo e vamos fazer música. Independente de ser rock, pop, fusion... é música. O que vai dizer se é uma música profana ou não é a palavra que vem nela e, graças a Deus a palavra que tem nestas músicas é de vida, então quanto a isso a galera pode ficar tranquila", explicou.

Saída do Oficina G3
Quando questionado sobre sua saída da renomada banda de rock Oficina G3, o baterista buscou deixar claro que tomou a decisão sem que houvesse qualquer tipo de conflito, seja com a banda ou com a gravadora. O músico explicou que cláusulas propostas à banda em contratos de gravadoras o impediriam de continuar com trabalhos pelos quais tem muito carinho.

"Eles já sabiam disso. Me chamaram para ser membro da banda e eu fiquei feliz demais, aceitei, fiz parte da banda durante três anos como membro oficial e, ao todo, foram oito anos na banda", contou.

O baterista explicou que as limitações que seriam impostas por um contrato com uma gravadora aos trabalhos paralelos ao Oficina G3 tornariam inviáveis estes projetos.

"Eu não estou falando mal da MK. A Alomara, a Yvelise, Cristina, Marina de Olivera são minhas amigas e eu não vou falar mal delas. Vou falar a verdade. Com o término do contrato com a MK, Tem alguns contratos que o Oficina G3 ainda está analisando - não é somente o da MK (renovação). E todos estes contratos vão contra àquilo que eu acredito. Por exemplo, eu gravei um DVD que se chama 'Entre Irmãos' e nele tem uma boa parte da galera com quem eu já trabalhei e seu eu continuasse na banda, se eu assinasse qualquer um desses contratos, eu não poderia gravar o 'Entre Irmãos 2', um outro 'Ao Som dos Tambores' ou um outro do DVD do For Action, como eu gravei agora. Eu ia ter que viver só com o Oficina G3. Se eu subisse em algum palco com qualquer outro artista - instrumental ou não - e esse artista não falasse: 'Eu estou aqui no palco com o Alexandre Aposan, da gravadora X e da banda Oficina G3', eu ia ter que pagar uma multa de 2 milhões e 100 mil reais", disse.

Alexandre também explicou que o seu trabalho carrega um propósito que vai além da música em si e não poderia ser limitado por um contrato com alguma gravadora.

"Eu não vou deixar de pregar a palavra de Deus. No workshop que eu fiz semana passada, três pessoas aceitaram a Jesus. Hoje, olha o tanto de gente que está aí. Curiosos ou não para ouvir o som ou saber o motivo de eu ter saído do Oficina, tem gente aí e que vai ouvir a palavra. Eu vou deixar de pegar um talento que Deus colocou na minha mão para abençoar várias vidas e ficar preso em um contrato? Se for para assinar um contrato, eu volto para o meio secular. Eu volto a tocar com Anitta e Naldo, se for por dinheiro. Só que o talento que Deus me deu é para levar a Palavra através dos tambores e é que eu vou fazer pelo resto da minha vida. Muitos iam fazer o que? Pensar: 'Eu não vou sair. O Oficina G3 é a maior banda de rock do Brasil'. Eles realmente são. Mas eu não estou atrás de holofote, nem nada disso. Quero fazer a obra de Deus", finalizou.

Por João Neto - www.guiame.com.br 

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