Hoje, quero falar sobre um assunto de grande valor para aqueles que fazem parte do grupo de louvor: Aproveitamento de ensaios
Antes de começar a me entreter no assunto, gostaria de fazer uma pergunta:
* Você por um acaso já entrou alegre em um ensaio e saiu triste?
* Você Já passou horas em um ensaio e quando terminou teve a impressão que você não cresceu em nada?
* Você já teve que fazer uma oração forte para que a dor de cabeça sumisse depois que você ensaiou por causa do barulho insuportável?
* Você já teve que liberar perdão para todo o grupo de louvor porque você se estressou?
* Você está ensaiando exatamente dois anos e meio para pegar aquela música que tem aquele acorde que mais parece uma aranha caranguejeira que você tenta formar e não consegue?
* Você já teve que cantar num tom tão alto mais tão alto que quase você explodiu? Se a resposta é sim, você está lendo o artigo certo!!!
É claro que eu exagerei um pouquinho nos exemplos se bem que não tanto assim para tentar mostrar a você nobre amigo o quão prejudicial pode ter um ensaio só por ter...
É impressionante como isso acontece com freqüência nos departamentos de música de Igrejas e denominações. Eu vejo isso demais e o que quero mostrar para você é que essa história pode e deve mudar.
Antes, pergunte a você mesmo: O que é um ensaio? Qual o propósito do ensaio?
Porque pelo que vejo ás vezes, parece que a ficha não caiu para algumas pessoas. Elas pensam que ensaio seja talvez pegar todas as músicas de uma só vez em algumas horas e tocar tudo de uma vez só no domingo.
Ensaio é a reunião de um determinado grupo em prol da organização da estrutura musical, para que cada componente saiba desempenhar o seu devido papel na música.
É muito comum o músico chegar ao ensaio e perguntar: O que vai ser hoje? Vamos fazer o que? E o líder diz: Sei lá, o que vocês acham? Assim, eu queria pegar aquela música da Hosana Music com os metais da Filarmônica de Berlim...
Primeiro: Nem metais o grupo tem.
Segundo: A coisa que mais me deixa chateado como músico é ter que pegar uma música de improviso, sem saber a estrutura musical, qual o estilo apropriado, qual a pegada que devemos ter, enfim, é simplesmente terrível.
Terceiro: A falta de liderança e firmeza da parte de quem lidera simplesmente desanima o restante do grupo. É um balde de água fria. O grupo se sente desprivilegiado.
Como solucionar isso?
Para se haver um ensaio um ensaio mais produtivo, precisa-se primeiramente que o grupo tenha um coordenador musical ou arranjador, que seja responsável pela direção e transmissão dos arranjos. Esta pessoa precisa ser habilitada em seu instrumento e possuir maior conhecimento do que os demais, pois ele saberá como transmitir cada detalhe para cada componente do grupo.
Quando não se tem um líder musical a coisa mais comum no ensaio é ter bate boca. O tecladista diz: Vamos fazer assim; O baixista diz: Assim não dá, eu ainda não sei fazer esse groove. O baterista diz: Já sei, vamos fazer essa levada... Na verdade ele deu essa idéia, porque ele só sabe fazer essa levada. O guitarrista para não ficar por baixo diz: Vamos tocar aquela música tão linda! Ele quer tocar essa música, pois no meio dela tem um solo de dez minutos. Eu já fiz isso! E por aí vai...
Quando o grupo tem um coordenador, ele até pode ouvir opiniões, mas a palavra final sempre será a dele. Isso evita dor de cabeça.
O arranjador precisa ser um músico sensível para assimilar e distinguir o comportamento de cada instrumento, levando a idéia para o restante do grupo.
E se não tiver arranjador?
Não havendo arranjador, o grupo terá que utilizar outros recursos pára um maior aproveitamento nos ensaios, como: cópia de cds com seleção de músicas ou cifras para todos os componentes.
Isso adianta muito o tempo do ensaio. Torna-se mais agradável, produtivo, animador. É bem verdade que o músico não deve estudar no ensaio, isso ele faz em casa. Mas ele pode ter mais interatividade, crescimento, pois ele está seguro do seu papel na música e assim ter mais idéias e assim por diante.
Cada um tem obrigação ouvir os cds e estudar as músicas cifradas, adiantando assim o processo do ensaio, pois todos estarão preparados para tocar o repertório selecionado.
Isto gera segurança e sintonia no grupo, pois todas as idéias ou arranjos estarão firmados em cada um.
Outra coisa que percebo que acontece demais é acerca da falta de concentração dos ensaios. Isso atrasa o crescimento do grupo gerando improdutividade.
Devemos entender que a concentração dos ensaios é a chave principal para uma boa apresentação, pois o músico estará demonstrando no instrumento as informações que já foram definidas pelo grupo.
Não se pode haver um bom proveito nos ensaios, quando há desconcentração dos participantes.
Ex: Displicência para ligar o equipamento e afinar os instrumentos, Atraso na passagem de som, Conversar fora de hora, Comentários que não produzem resultados, risadas, brincadeiras ou piadas no momento dos ensaios.
Obs.: Todas essas coisas atrapalham o percurso dos ensaios, fazendo com que o grupo obtenha um aproveitamento mínimo neles.
Acredito que se você e o seu grupo colocar em prática esses princípios, os resultados serão muito satisfatórios.
Música é uma ferramenta poderosa. Lembre-se que você tem a responsabilidade de dar o seu melhor naquilo que você faz. Não ensaie de qualquer jeito porque com certeza não pense que a unção irá mudar na hora do culto o seu som.
A unção não é mágica, ela só opera quando há uma abertura da sua parte. Se você não se disponibilizar para ser o melhor, como Deus pode fluir através de você? Nós ministramos a Deus com a nossa vida, vozes, e também com os nossos instrumentos. Dê o seu melhor e você verá a unção de Deus te alcançando, porque a unção só trabalha com um propósito.
Por André Martins - Pastor da Igreja Evangélica Verbo da Vida em Florianópolis (SC) e ministro de música
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições