DJ PV: "A música é uma linguagem de poder muito grande"

DJ PV: "A música é uma linguagem de poder muito grande"

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:04
 

DJ PV: "A música é uma linguagem de poder muito grande"

Ele é um reresentante de um estilo musical que tem ganho cada vez mais aceitação entre os jovens cristãos: a música eletrônica. Com milhões de visualizações no youtube e o seu trabalho reconhecido internacionalmente, DJ PV - que lançou recentemente o CD "Som da Liberdade", pela Sony Music - falou em entrevista ao site Lagoinha.com sobre o seu ministério e a necessidade das igrejas investirem mais nas artes como ferramenta de disseminar o evangelho na socidade.
 
Apesar de já ter dividido o palco com nomes como Thalles Roberto, Aline Barros e Jeremy Camp, PV confessa que seu foco é propagar o evangelho em locais "inusitados" e defende a diversidade musical / artística nas igrejas.
 
Confira abaixo a entrevista na íntegra:
 
Lagoinha.com: Você nasceu em um lar cristão?
DJ PV: Nasci em um lar evangélico. Não andei por outros caminhos que não fossem os do Senhor. Com 14 anos tive uma experiência com Jesus, num retiro de adolescentes e decidi me envolver com um tipo de evangelismo mais dinâmico. Por isso, trabalhei muito tempo com teatro, dança, hip hop. Era responsável pelas músicas tocadas durante os eventos, editava as músicas e, por isso, com o tempo, fui aprofundando nesse tipo de setor musical. Então, meus pastores começaram a me indicar para fazer trabalhos evangelísticos em outras igrejas, grupos e cidades.
 
Lagoinha.com: Já era com esse estilo diferente de música que trabalhava?
DJ PV: Sim. Primeiro com o hip hop e depois apenas com a música eletrônica, especificamente trance e house music, que são duas vertentes do gênero.
 
Lagoinha.com: O fato de tocar música eletrônica para o público evangélico lhe rendeu críticas?
DJ PV: Não enfrentei muito preconceito, porque recebia indicação de outros pastores, e os vídeos das nossas apresentações que postamos na internet dão muita ênfase para a questão do evangelismo. Muitos líderes cristãos diziam: “Vou indicar o PV, por que ele faz um trabalho evangelístico e, por isso, muitos jovens têm sido alcançados”. Então quando era convidado ou as pessoas assistiam a qualquer material na internet, geralmente era por boa indicação. Diretamente não sofri nenhum preconceito, e quando houve algum comentário, foi de pessoas que não conheciam o trabalho. Outro ponto importante também é que o nosso novo projeto tem muito mais mensagem que apenas batida eletrônica. Grande parte do nosso público (diria que 90%) não conhecia música eletrônica, não gostava, mas passou a se interessar por causa do que produzimos.
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O seu público é evangélico?
A maioria. Têm muita gente católica, e algumas pessoas não cristãs, que gostam e comparecem bastante aos nossos eventos.
 
Já aconteceu de alguma pessoa falar que tinha apatia com a igreja, mas depois que viu o seu show mudou de opinião?
Sim, muito. Quando pessoas da faculdade perguntam o que faço e digo que sou um DJ cristão, elas ficam encabuladas. Ainda falo que não tem bebida e nem sensualidade nos nossos eventos. As pessoas acham que eu só faço balada. A maioria dos eventos que fazemos é para a família. Muitos pastores e promotores de eventos nos convidam para tocar. A música eletrônica, o nosso CD têm agradado a criançada e o público juvenil. Tenho muitos videoclipes no Youtube, alguns com mais de um milhão de acessos.
 
Você também faz evangelismo. Visita periferias e festas não cristãs? Como funciona?
Já fizemos muitos trabalhos em praças, muitas missões urbanas. Temos um trabalho paralelo com uma ONG, que promove campanhas contra a pedofilia. Somos muito ligados ao evangelismo de rua e disso tiramos inspiração para criar uma identidade nas letras e na roupagem. Os nossos clipes na internet não são de baladas, eles mostram pessoas levando outras para as células, para o culto, e a transformação de Deus.
 
É você que compõe as músicas?
Não sou cantor. Faço a produção musical e cada música do meu CD “Som da Liberdade” é cantada por pessoas diferentes. O álbum teve a participação do Thalles Roberto e o Dominic Balli, que é um californiano. Nesse primeiro projeto não escrevi nenhuma letra, mas ajudei a desenvolver algumas delas. Estou trabalhando um pouco mais no próximo projeto, na área da composição. Minha parte é arranjo, criação musical e seleção das composições.
 
Então você conta com parceiros que compõem as músicas. Quem são essas pessoas?
Thalles Roberto, Dominic Balli, Ivair Filho… No próximo CD terá colaboração da cantora Nívea Soares que me enviou algumas canções.
 
Qual é o nome do próximo CD?
O próximo CD deve ter a mesma pegada do “Som da Liberdade” e ainda não tem um título definido, mas deve ser “Som da Liberdade 2.0”.
 
Lagoinha.com: Qual é a previsão para o lançamento?
DJ PV: Março ou abril de 2014.
 
Música eletrônica é um estilo diferente do que costumamos ouvir na igreja; é mais dançante. Como os cristãos se comportam?
Assim como em qualquer show evangélico, há os que não foram alcançados por Jesus, não tiveram o comportamento tratado, mudado e transformado. No nosso meio, grande parte do público se comporta muito bem, não tem “pegação” e nada parecido com isso.
 
E se houver, como vocês lidam com esse tipo de situação?
A gente tem que tratar essas pessoas com muito amor e carinho. Muitas delas já estão sem amor, e às vezes nem conhecem a Jesus. O público secular sabe se comportar no ambiente cristão, ele o respeita muito. Agora, existem alguns “engraçadinhos” que a gente tem que tratar com amor mesmo. O que percebo ao longo desses anos é que esse trabalho de aconselhamento (de conversar com amor e carinho) deve ser feito pela igreja.
Na verdade, não é o ambiente da festa que faz a pessoa “entrar na carne”. A pessoa que foi discipulada, cuidada, pode ir a qualquer lugar, que irá refletir o que está dentro dela. Então, o ambiente nem sempre tem a ver com a música que a gente toca; tem a ver com a realidade de vida que as pessoas estão levando.
 
Você é um dos poucos DJs cristãos. Acredita que faltam profissionais relacionados à música eletrônica para a juventude?
Suponho que falta não só para a música eletrônica, mas também para vários outros estilos. Ministérios com o estilo do Hillsong United, Jesus Culture, entre outros, existem há muitos anos. Nos outros países música é música. Não existe música gospel ou secular; é só música, não há uma barreira. Falta o trabalho de missões urbanas. Acho que existe uma carência muito grande no teatro, no street dance. A música é uma linguagem que tem um poder muito grande. Se a igreja investisse um pouco mais nas artes, com certeza envolveria mais os jovens e alcançaria mais pessoas.
 
Você é considerado um dos DJs mais conhecidos do Brasil. Como lida com isso?
As pessoas podem admirar um trabalho quando se identificam com ele, é natural do homem, mas em alguns graus não é saudável. Não vejo problema quando você admira uma pessoa e quer ter uma foto com ela, quer ter recordações. Agora, se isso entra num grau maior do que uma admiração saudável é muito perigoso. Ser referencial nesse segmento é uma grande responsabilidade. Meu desejo é que esse trabalho cresça, não só comigo, mas com outros DJs também, outras igrejas, outros ambientes, e que pessoas sérias sejam levantadas. E que não apenas a música em si seja expandida, mas pessoas sérias e usadas por Deus levem o trabalho adiante.
 
Com informações da Lagoinha.com
 
*Entrevista feita por Érica Fernandes

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