História da Música Cristã Brasileira - Parte 1

História da Música Cristã Brasileira - Parte 1

Fonte: Atualizado: segunda-feira, 31 de março de 2014 às 11:52

Carla Cardoso de Oliveira Rubinec

"Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade" - João 4:23

Estaremos aqui dando uma pequena contribuição no sentido de informar ao músico evangélico, um pouco da origem de nosso repertório e das origens e tendências musicais do meio evangélico atual. Informaremos de acordo com nossas pesquisas e se você souber algo mais, ajude-nos e colabore para que outros irmãos nossos sejam também abençoados e beneficiados. Acompanhe este artigo, onde procuraremos seguir uma ordem histórica. Deus nos abençoe!

Primeiros Cânticos Evangélicos no Brasil

Nos séculos XVI e XVII temos notícia de uso ocasional ou temporário de corais e salmos em língua estrangeira, com Hans Staden, em São Paulo; os franceses calvinistas, no Rio de Janeiro, e os holandeses reformados, em Pernambuco. Estas manifestações aconteceram por ocasião da "invasão? destes povos na colônia portuguesa.

No século do descobrimento soaram os primeiros cânticos evangélicos no Brasil, inicialmente com alemães luteranos -Hans Staden, Heliodoro Eobano e Ulrico Schmidel. Logo após, outros cânticos soaram no Rio de Janeiro, na Baía da Guanabara, pela Igreja Calvinista.

Heliodoro Eobano foi gerente e escrivão de engenho de açúcar em São Vicente, SP, guia de bandeiras no atual território do Paraná e lutou como soldado pelo Brasil em Cabo Frio. Seu pai, Hélio Eobano Hessen, era humanista e amigo de Martinho Lutero. Ulrico Schmidel esteve por vinte anos na expedição Pedro Mendonza ao Novo Mundo.

Hans Staden foi um dos primeiros evangélicos a pisar no Brasil. Esteve no Nordeste e Sudeste brasileiro. Como alemães luteranos de fé renovada pela Reforma, certamente entoaram no Brasil cânticos -corais -de louvor a Deus.

Próximo da Páscoa de 1549, Hans Staden sofreu um naufrágio no litoral Sul de São Paulo - Itanhaém - e foi acolhido pelos portugueses em São Vicente. Chegou a conhecer Heliodoro.

Caiu em poder dos Tupinambás e sua aflição levou-o a clamar ao Senhor. Ferido e rodeado de selvagens que o ameaçavam devorá-lo, entoou o Salmo 130: "Das profundezas clamo a Ti, ó Senhor?, versão preparada e musicada para coral por Martinho Lutero em 1523. Num dado momento recordou-se de uma desilusão sofrida com um amigo e lembrou-se de Jr 17:5 - "Maldito homem que confia no homem? - e entoou o cântico "Agora pedimos nós o Espírito Santo? e atraiu a atenção dos índios,

que eram propensos à música.

Sob ameaça de morte e prisioneiro dos Tupinambás, era obrigado a cantar. Obedecendo, entoava cânticos espirituais. Já conhecedor da língua Tupinambá, matou a curiosidade dos selvagens, que queriam saber o que significavam aqueles cânticos. Teve, então, a oportunidade de falar-lhes sobre Deus e, como viam resposta às orações de Hans, passaram a temê-lo e respeitá-lo, poupando-o.

Graças ao comércio indígena com navegadores franceses, após várias negociações, Hans Staden foi libertado, partindo do Brasil em 31 de outubro de 1554, chegando na Europa em fevereiro de 1555. Nesse mesmo ano, retornou ao Brasil na expedição de Villegagnon. Dois anos mais tarde, marcava presença na Baía da Guanabara, como conferiremos na próxima coluna.

Carla Cardoso de Oliveira Rubinec é teóloga e professora de musicalização infantil, violão, teclado, flauta, canto e técnica vocal.

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