Matt Redman "Viver em sintonia e confiando em Deus"

Matt Redman "Viver em sintonia e confiando em Deus"

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:53

Esta é à primeira entrevista da série "Clínica" realizada pela gravadora Kingsway, que tem como objetivo ter uma visão clara e honesta sobre como as coisas são hoje em dia. O primeiro a participar da Clínica foi Matt Redman:

Kingsway: Nestes dias de comunicação global, quando a comunidade já não depende da localização física; os líderes e ministros de louvor e adoração ainda precisam estar ligados a uma igreja local?

Matt Redman: Eu acho que existem níveis diferentes de ação, mas no final do dia ser "igreja" é aprender a compartilhar nossas vidas. Então, você poderia provavelmente fazer isso por e-mail ou pela internet em um nível. Mas não acho que isso poderia realmente substituir o nível de comunhão e de compartilhar a vida que ocorre quando você come junto, ora junto, canta junto e dá suporte um ao outro no dia-a-dia, o "local" é muito importante. Como um líder de louvor e adoração, eu provavelmente encontro muitas vezes com alguns músicos que, no fundo, vêem a igreja local como um trampolim para outra coisa. Alguns parecem estar esperando que a situação da igreja local possa impulsioná-los para algo que eles sentem que é maior ou vale mais a pena, e não percebem que uma igreja local é importante, bonita e poderosa.

Dito tudo isso, eu acho que ter uma perspectiva ´global´ é realmente muito importante. É realmente abrir nossos olhos da fé, quando começamos a ver a grande imagem - Deus tecendo um plano absolutamente incrível por todo esse mundo.

K: Fiquei interessado quando você se referiu à tentação de "ver a igreja local como um trampolim para algo mais". Esta é uma indicação de que poderíamos estar a caminho do território de Amós 5, onde nossas músicas acabam sendo pouco mais do que o ruído sem sentido? Como a correção que as atuais circunstâncias exigem?

MR: Eu acho que muitos líderes, pregadores - e até mesmo canções - estão nesta área. Talvez tenha havido muita ênfase sobre isso, é porque nós ficamos tão empolgados com músicas e sons e esquecemos que basicamente é sobre a vida de amor e serviço. Cantar é fácil ..., ok, nem todos podem cantar exatamente em sintonia, mas encaram, a maioria das pessoas pode alcançar uma música em algum grau. Mas viver "em sintonia" é uma proposição muito mais difícil e importante.

K: Eu vou provocá-lo a respeito do que se usou no passado. É uma coisa do passado "se deixar levar"? Temos redescoberto "vida de amor e de serviço"? Como tem sido nosso desempenho nestes dias?

MR: Eu acho que é impossível saber realmente. Acho que um adorador saudável continua pedindo o Espírito Santo "sonda-me ... e vê se há em mim algum caminho mau... e levar-me pelo caminho eterno". Estamos em uma curva de aprendizagem constante, e devemos ter como objetivo de nossas vidas "descobrir o que é agradável ao Senhor" (Efésios 5:10). Ouvi Mark Driscoll dizer que é fácil identificar os ídolos em culturas de outras pessoas, mas muitas vezes é difícil identificar na nossa. E às vezes é a mesma coisa com as nossas vidas - nós muito facilmente podemos criticar alguém com quem andamos e encontramos falhas, mas existem pontos cegos, que podem precisar de limpeza ou de assistência em nossas próprias vidas. Um coração humilde para ouvir a Deus e aos outros falando em nossas vidas é essencial.

K: Amém por isso. Diga-me, você ainda encontra inspiração no Tozer? O que ele teria a nos dizer hoje?

MR: Sim, estou lendo algumas vezes Tozer. Parece que muito do que ele disse sobre a adoração e, em particular a grandiosidade de Deus, é tão relevante e tocante à igreja de hoje. Ele disse que é uma coisa aprazível adorar a Deus, mas também uma coisa humilhante. Nossa adoração pode se tornar banal e casual, se não formos cuidadosos, mas as expressões mais saudáveis de culto, louvor e adoração estão cheias de admiração e reverência.

K: Sejamos práticos: quais as disciplinas espirituais você pratica que o ajudam a evitar que sua adoração - e seu relacionamento com Deus - se tornem banais e casuais?

MR: Quando eu digo ´mundano´ ou ´casual´ estou falando sobre a tendência de pensar e de se aproximar de Deus como se Ele fosse comum em vez de incomensurável e extraordinário. Reconhecer a dependência de Jesus é um grande sinal de um coração reverente. Você pode estar em uma temporada potencialmente estressante, talvez financeira ou relacionada com o trabalho, ou à procura de algum tipo de avanço ou restauração em um relacionamento. Como você age nesse momento lhe diz muito sobre que tipo de adorador você é, e em qual nível de confiança você está operando na sua caminhada com Deus. Quanto mais reverência temos para com o seu poder de agir, e quanto mais revelação temos de Seu imenso amor e cuidado por nós, mais vamos confiar nEle passando por essa estação.

O resultado maravilhoso disto não está apenas em honrar a Deus, mas o processo de começamos a viver uma vida com menos pressão e estresse. Todos nós provavelmente temos níveis de confiança em que temos funcionado. E provavelmente eles estão diretamente relacionados à nossa visão de Deus. Isso afeta praticamente tudo na vida e está diretamente ligado a quantas vezes você está disposto a pegar sua carteira e ofertar algum dinheiro na igreja. Se você tem uma visão grande do dinheiro e uma pequena de Deus, colocando na balança a arrecadação, vai haver muito menos inspiração no momento!

K: Lembrando o tempo em que o "Soul Survivor" estava apenas começando, quais as lições importantes que Deus ensinou e que continuam sendo importantes para você hoje?

MR: Muitas coisas. Eu acho que a maior delas é que: se você exaltar Jesus e colocá-lo no centro do que você está construindo, é provável que você veja o sorriso de Deus nas coisas que você está trabalhando. Sabíamos que estávamos plantando muito no Soul Survivor - um bando de jovens tentando ser uma igreja bíblica, autêntica, relevante, dependente do Espírito Santo; nunca vou esquecer essa aventura. Ele também me ensinou que o evangelho realmente funciona. Nós não estávamos envaidecidos, não estávamos aglomerando uma cultura mais relevante - às vezes parecia que tudo o que tínhamos era "três acordes e a verdade"!

Eu tive o privilégio de estar envolvido na implantação de algumas igrejas e todaos foram muito diferentes em suas expressões como igreja. É animador ver que o evangelho realmente funciona. Em todas essas diferentes comunidades temos visto sinais inspiradores do Reino - pessoas sendo resgatadas e curadas, a verdade de Deus moldando a vida das pessoas, e os pobres e esquecidos sendo cuidados.

K: Naqueles tempos "Soul Survivor" - quando tudo que você podia cozinhar era pipoca - lembro de você falando sobre a passar o bastão: como muitas vezes podemos nos esquecer do fato de ter existido antes de nós uma longa fila de fiéis piedosos, homens e mulheres cuja contribuição para a vida atual da igreja não deveria ser esquecida - Nestes dias me pergunto se você pensa sobre a geração a qual você vai passar o bastão. O que você espera que eles herdem do crescimento evangélico, do louvor e adoração vindos dos anos 90?

MR: Eu ouvi uma vez um líder dizer que "o limite máximo de uma geração é o piso da próxima". Eu amo a idéia de que - quando chega uma geração, a próxima geração não tem que começar a construir do zero, mas constrói a partir daí. Vejo tanto isso - jovens líderes de louvor e adoração e músicos que estão à frente de onde estávamos - musicalmente, lideram de forma sábia e teológica, compreendem o que é e o que não é adoração. A chave é dar-lhes algumas boas orientações para vida, e não matar a novas idéias e abordagens. Quando ajudamos a plantar uma igreja ha alguns anos atrás na Inglaterra, o bispo com o qual trabalhamos explicou que estávamos num lugar muito diferente para eles em termos de suas expressões preferidas nas reuniões de louvor e adoração. Ele nos deu algumas dicas importantes do que cada igreja precisa ter (o pão, a oração, a comunhão, doação aos pobres, etc) e disse que queria ver esses fundamentos na vida da nova igreja. Ele disse, além disso, que não importava o quão alto fossem nossas expressões de adoração, nem como soavam durante a reunião, mas que tínhamos total liberdade. Em outras palavras, ele nos deu permissão para construir algo que ele provavelmente não se sentiria confortável em fazer - para o bem dos outros que iriam chegar. Isso é uma grande abordagem. Nós nos sentimos seguros nas orientações que ele deu, mas livres para sermos criativos e desenvolvermos o que nós construímos.

Matt Redman foi entrevistado por Craig Borlase

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições