"Música proibida": Respeito à tradição ou Intolêrancia?

"Música proibida": Respeito à tradição ou Intolêrancia?

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:38

Antes de começar a coluna, agradeço as mais de 200 pessoas que visitaram nosso site nessa primeira semana. Isso é apenas o começo, a qualidade do site tende a aumentar e pequenos ajustes ainda estão sendo feitos para que tudo possa ficar com a melhor qualidade possível.

A escada da conversa dessa semana foi o fato ocorrido com a banda de rock gospel Oficina G3, que há algumas semanas atrás foi proibida de tocar num evento em Goiás porque segundo alguns pastores locais eles seriam má influência para os jovens daquela cidade, por tocarem rock e se vestirem de forma "inapropriada".

Para falar sobre esse assunto convidei o Jornalista João Neto, do Portal guiame.com.br, meu amigo de papos filosóficos sobre música e álbuns de figurinhas (lembrei dessa), para uma entrevista pelo seu vasto conhecimento de música cristã.

Nome completo: João de Almeida Neto

Idade: 25 anos.

Casado com Danielle Dias Lopes de Almeida

Profissão: Jornalista (repórter de campo e redator).

Veículo: Portal Guiame - www.guiame.com.br

Formação: Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo - Conclusão em 2009

Instituição: Universidade Presbiteriana Mackenzie (São Paulo - SP)

Atividades complementares: Liderança da parte instrumental do grupo de louvor jovem da Igreja Batista Alvorada - CE; Comissão de liderança da Juventude da IBA (mesma igreja).

Você acha que ser tradicionalista justifica preconceito?

Nada justifica o preconceito. Mas esse é inevitalmente um mal característico não somente das igrejas, dos religiosos ou dos tradicionalistas. Todos temos os nossos “pré-conceitos” – ou seja, conceitos formados precipitadamente – e precisamos tomar cuidado com isso. Falando com relação ao meio cristão, muitos tentam justificar os seus preconceitos e até mesmo disfarça-los, dizendo que prezam pela preservação da tradição, mas erram feio com isso. Entendo que haja uma diferença entre os termos TRADIÇÃO e TRADICIONALISMO. O primeiro se refere à história, à cultura de um povo, grupo, família, etc. A tradição cristã deve, sem dúvida ser preservada. Porém o segundo termo se refere a uma visão fechada, preconceituosa. É como se tudo o que fosse diferente daquilo que consta na tradição, pudesse feri-la. O tradicionalismo trava possibilidades de diálogo, avanço, modernização e até mesmo de crescimento para qualquer grupo.

Qual a importancia de bandas de rocks , pagode e etc para a juventude evangelica?

Muito grande, desde que os integrantes dessas bandas passem uma mensagem séria a respeito da Bíblia, dos princípios cristãos e do verdadeiro caminho da salvação, que é Jesus. Além disso, é preciso viver o que se prega. Como jornalista de um portal cristão, tive a oportunidade de conversar com diversos músicos de bandas como essas e também cantores que adotam esses estilos. Me decepcionei com alguns e fiquei muito feliz em conhecer outros. Bandas como Oficina G3, Resgate, PalavrAntiga e cantores como PG e Fred Arrais são alguns dos muitos que posso citar como exemplos de músicos que não perderam o foco de sua real missão entre os jovens.

É interessante pensar que não somente ritmos como o rock, rap ou reggae sofrem preconceito nas igrejas ultimamente, mas também a bossa nova, forró e outros ritmos tipicamente brasileiros sofrem muito preconceito nas igrejas. Além dessa renegação da Igreja brasileira à sua própria cultura, também percebe-se preconceito dos jovens com relação a hinos mais antigos da Igreja. De quem é a culpa? Dos jovens, dos mais velhos? De todos! Dos mais velhos que tentaram empurrar os hinos ou estilos mais “convencionais” de maneira forçada aos jovens e dos mais novos que não querem mais ouvir hinos de maneira alguma. Deus é criativo! E muito! Ele deu ao homem a inteligência de se reinventar. De remodelar  um dos maiores presentes que ganhou: a música. Seja no rock, no samba, rap, reggae, bossa nova ou música clássica... Cada ritmo tem o seu contexto.  

A igreja no seu ponto de vista ainda tem muitos tabus, dogmas e religiosidades?

Sem dúvida! Não somente as igrejas, mas a sociedade de forma geral ainda tem aqueles temas que não podem ser debatidos em qualquer lugar. O famoso trio “Sexo, Drogas e Rock`n Roll” ainda afeta muitas igrejas em diversos níveis. Os três ainda são tabus e os jovens saem perdendo feio nessa. Estão cheios de questionamentos e muitas vezes não tem com quem conversar. Escutar e curtir Rock – o ato em si – por exemplo não é errado.  Mas faz-se necessario uma reflexão sobre a influencia que o estilo musical tem sobre o jovem. As letras das musicas são muito relevantes para essa analise. Porem muito dialogo e compreensão por parte dos pais e lideres da Igreja tambem ajudam nessa hora.

Por David Meyrelles

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