A forma de consumir música muda de geração para geração. Se antigamente nossos avós compraram LPs, hoje chegamos à era digital, onde ouvimos música pelas plataformas de streaming digital. Sobre este assunto, Ricardo Carreras, CEO da gravadora Musile Records, falou com o Guiame.
A gravadora foi uma das primeiras em mudar o modelo de seus produtos físicos, de acrílico para digipack. Ricardo conta sobre a transição. “Infelizmente, o formato físico não se sustenta mais. A velocidade de uma publicação digital não dá espaço para a sua existência”, disse ele.
“Atualmente, até mesmo as pessoas que desejam o álbum físico dificilmente irão encontrar um ponto de venda que queira manter em estoque esse tipo de produto. Tivemos a oportunidade de desenvolver projetos marcantes na época de ouro do formato físico. Nós sempre recordamos deles com carinho, mas a realidade é que, atualmente, essa mídia não é mais o nosso foco”, pontuo o CEO.
Sobre a transição, ele diz: “Para nós, o maior desafio foi entender como funciona a questão dos direitos autorais. Isso sempre foi importante para a Musile, pois prezamos pelo nosso compromisso com os cantores, músicos e compositores que participam de nossas gravações”.
Um milhão de seguidores
Recentemente, o canal do YouTube da Musile ultrapassou o número de um milhão de seguidores. “Em todos os projetos, sempre temos dois caminhos a escolher: o primeiro é fazer o comum, investir pouco, buscar apenas o retorno financeiro em curtíssimo prazo”, disse Ricardo.
Ele continua: “O segundo é buscar um diferencial nos aspectos da produção, como uma locação diferenciada, uma participação especial, um bom repertório, mesmo que o retorno financeiro ocorra em um prazo maior. Posso dizer que em todos estes anos escolhemos sempre a segunda opção”, ressaltou.
“Além disso, desmistificamos a ideia de que gravadoras são inacessíveis. Nossos canais de comunicação estão sempre abertos e constantemente interagimos com os inscritos e visitantes do canal”, salientou o CEO.
Novos olhares
A internet é pauta há um bom tempo na Musile. Foi nesta gravadora onde as cantores Isadora Pompeo e Thaiane Seghetto cresceram. “O fácil acesso à internet e o enorme engajamento das pessoas nas redes sociais mudaram completamente a forma de produzir, distribuir e promover música”, explica Ricardo.
“Com isto, observamos que muitos cantores conhecidos nacionalmente na época do formato físico nem sempre apresentavam um bom desempenho no modelo digital. A velocidade da mudança foi muito rápida e nem todos conseguiram se adaptar. Nós apenas fizemos o caminho inverso”, disse.
“Um dos nossos valores é acreditar na nova geração, e por isso buscamos potenciais talentos que já se destacavam nas redes sociais, mesmo que não fizessem parte do mainstream. Por isso, investimos e trabalhamos para dar plataforma a cantores que antes não teriam tantas oportunidades. A nossa visão será sempre buscar esses talentos, potencializá-los e leva-los a um público maior”.
Por fim, questionamos sobre que estratégia a gravadora pensa em engajar as pessoas que ainda não têm intimidade com as plataformas digitais. “Os aplicativos de streaming são fantásticos. Nós estamos presentes nos principais deles, e inclusive adicionamos por lá nosso catálogo de CDs lançados ao longo dos anos”.
“Creio que o engajamento do público ocorrerá naturalmente à medida que os usuários forem compartilhando essa nova experiência em ouvir música. Nas nossas redes sociais, sempre interagimos com nossos seguidores e os incentivamos a acessar playlists e conferir nossos lançamentos no streaming”, finalizou.
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