Acionistas terão 60 dias para avaliar criação do Novo Pão de Açúcar

Acionistas terão 60 dias para avaliar criação do Novo Pão de Açúcar

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:36

Os acionistas do grupo varejista brasileiro Pão de Açúcar e dos franceses Carrefour e Casino terão 60 dias para aprovar a operação de fusão entre o CDB e o Carrefour Brasil, o que daria origem à chamada NPA (sigla para Novo Pão de Açúcar).

A nova empresa vai repartir o Pão de Açúcar com grupo francês Carrefour, na base de 50%-50%. O NPA, por sua vez, terá 100% sobre a filial brasileira do grupo Carrefour.

Também por meio de dessa reestruturação societária, a NPA terá 11,7% do grupo Carrefour, sendo assim o seu maior acionista.

A proposta ainda contempla uma injeção maciça de capital na nova companhia. A Gama, empresa do BTG Pactual, deve aportar 2,5 bilhões de euros, sendo 1,7 bilhão de euros do BNDESPar (braço do BNDES) e mais 800 milhões de euros de sua controladora.

A Gama será a empresa que vai liderar a possível fusão entre Carrefour e Pão de Açúcar, por meio de uma reestruturação societária.

O empresário Abilio Diniz, dono do Pão de Açúcar, terá 17% da NPA. Já o Casino, que se manifestou contra a fusão, teria 29%. Esse grupo francês já detém uma participação significativa no grupo brasileiro, por meio da Wilkes.

CASINO

O grupo varejista francês Casino, rival do Carrefour e importante acionista do Pão de Açúcar, divulgou nesta terça-feira um comunicado em termos duros contra a possível fusão, onde afirma que tem "autoridade para se opor ao projeto" e que nenhuma negociação sobre o futuro do grupo brasileiro pode ocorrer sem o seu consentimento.

"O anúncio [da proposta de fusão] confirma que negociações secretas e ilegais foram conduzidas e estão ocorrendo. No entanto, em consideração aos acordos públicos que o Casino assinou com o [o empresário e dono do Pão de Açúcar] Abilio Diniz, nenhuma negociação envolvendo o futuro do Pão de Açúcar pode ocorrer sem o Casino".

Ainda na nota emitida hoje, o grupo Casino afirmou que irá examinar nos próximos dias 'a melhor forma de defender os interesses corporativos da CBD e de seus acionistas que parecem comprometidos por este projeto'.

No último dia 16, o Casino aumentou sua participação no Pão de Açúcar em 3,3%, passando a deter 37% e lançando um alerta à família Diniz e ao Carrefour. O grupo varejista francês também entrou com um pedido de arbitragem internacional contra Diniz no mês passado, alegando que as negociações com o Carrefour contrariavam o acordo de acionistas que ambos possuem.

No centro da controvérsia está o acordo entre o Casino e o grupo de Diniz que permite que a companhia francesa assuma o controle do Pão de Açúcar, se optar por isso daqui um ano.

A opção do acordo entre Casino e Diniz foi instituída em 2006, quando ambos fundaram a holding Wilkes, que detém 66% das ações com direito a voto do Pão de Açúcar. Se exercer a opção, o Casino poderá indicar um nome para a presidência do conselho do Pão de Açúcar.

Sob as regras do acordo que criou a Wilkes, nenhuma das partes pode entrar em negociações de fusão sem o consentimento da outra.

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